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Críticas

Cineplayers

Bastante ordinário, filme consegue divertir um pouco, mas em momento algum surpreende.

5,0

Premonições é um daqueles filmes que se tornam mais interessantes se assistidos sem se conhecer sequer a sua sinopse, por isso não contarei nada específico em relação à história aqui. Pode ser uma experiência mais confusa, mas vai salvar um pouco o filme de sua ordinariedade, tornando a experiência um pouco mais cerebral. Não espere, contudo, um misterioso quebra-cabeças com inúmeras possibilidades distintas de interpretação. Para os fãs de Sandra Bullock, não há nada de novo também, apesar de que eles podem gostar de vê-la interpretando um papel comum em sua carreira: fêmea com um relacionamento apaixonado, mas ao mesmo tempo confuso.

O filme não é um terror; nem sequer é mesmo um suspense, embora seja vendido como tal e tenha momentos que lembrem o gênero, além do clima que tenta ser perturbador o tempo todo. O filme pode ser considerado, principalmente, um drama familiar com pitadas sobrenaturais. Essas “pitadas sobrenaturais”, ao menos, não zombam da inteligência do espectador. Não há nenhuma explicação científica sobre o ocorrido, e explicações religiosas são apenas superficialmente citadas. No final, foi uma decisão acertada, embora, sendo desse jeito, o filme pede que o espectador não seja cético e aceite fatos sem explicações.

Em relação às interpretações, Sandra Bullock teve que se virar para não dar vexame. Há pelo menos um par de cenas constrangedoramente mal escritas ou forçadas, e a atriz não se sai mal. A maquiagem mostra que ela está envelhecendo, o que é bom, pois condiz com o que sua personagem está passando no filme. Já Julian McMahon, seu marido no filme e mais conhecido por estrelar os dois longas da série O Quarteto Fantástico, tem um personagem extremamente frio, o que faz ele se distanciar não só de sua esposa, mas do público. As crianças, filhas do casal, não têm cenas muito difíceis e não é possível julgar, portanto, suas interpretações. Outros atores são meros coadjuvantes sem desenvolvimento algum, e não vale a pena citá-los.

Tecnicamente, o trabalho do diretor alemão Mennan Yapo é bastante limitado, fato justificado, em parte, por ele ser bastante inexperiente na função. Planos tradicionais e cortes desnecessários são a marca do diretor (e de 90% de quem faz cinema popular atualmente). A sensação que tive é de que Yapo não soube definir um estilo único, às vezes filmando com câmera na mão (na modinha atual de muitos diretores), como na cena em que o xerife chega para falar com a personagem de Bullock pela primeira vez em sua casa, e na maioria das vezes com a câmera fixa. O melhor mesmo é a fotografia, que consegue trazer clima de mistério aos acontecimentos.

Voltando a falar um pouco do roteiro, pode-se dizer que a história, confusa de início, vai sendo amarrada de forma previsível e correta demais. Perto dos vinte minutos finais já é possível prever o que vai acontecer. Não é algo obrigatoriamente ruim, mas tira a pouca força que o longa-metragem já teria por si só. O resultado final é, como foi comentado lá em cima, ordinário. No final das contas, é apenas mais um filme que nos tentam vender como um “suspense inteligente”, mas a prática mostra que não é o caso. É razoavelmente divertido e faz manter a atenção, mas fica por aí.

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