Resident Evil é divertido, pelo menos para a "geração videogame".
Ao final da sessão de Resident Evil fica a sensação de que o filme foi feito somente para os fãs. A maioria dos elementos do game estão lá: zumbis, a mansão, um vilão monstruoso, um bom arsenal, alguns sustos e, claro, personagens estereotipados. Misture a tudo isso uma trilha sonora exageradamente ensurdecedora, diálogos canastrões e muita ação, e você terá um perfeito filme feito para a "geração videogame", obviamente o público-alvo do diretor Paul W.S. Anderson.
A história do filme, embora não possua originalidade, até que é bem interessante. Infelizmente no final ficam muitas perguntas a serem respondidas, para uma inevitável continuação (que já está sendo produzida pelo mesmo Paul Anderson). A introdução do filme nos conta o seguinte: no início deste século, a Umbrella Corp. é (ou foi, será, tanto faz) a empresa mais poderosa e conhecida do mundo (o que teria acontecido com a Microsoft?), e desenvolve secreta e ilegalmente pesquisas biológicas. Um vírus venenoso é solto na companhia (uma imensa "colméia” , como é chamada no filme, enterrada centenas de metros sob o solo), e o computador central, que coordena todas as funções da colméia (e tão inteligente quanto o "HAL" de "2001 - Uma Odisséia no Espaço") vê-se obrigado a matar todos os empregados, que são transformados em zumbis pelo vírus. Então chega uma equipe de fora para averiguar os acontecimentos.
Essa equipe é formada por, entre outros integrantes, as personagens de Michelle Rodriguez (Rain) e Milla Jojovich (Alice - uma segurança da mansão que servia de fachada para a empresa subterrânea), sendo que esta última "apropriadamente" utiliza um vestido mínimo durante toda a projeção. Michelle Rodriguez outra vez nos brinda com uma performance terrível, tal qual aconteceu em "Velozes e Furiosos", demonstrando sempre uma cara amarrada, sempre a mesma expressão. Não pense que é por causa da personagem, assista "Velozes e Furiosos" que você vai ver que é a mesma coisa...
O desenrolar da história, pelo menos até a metade, chega a lembrar um pouco o terrível "13 Fantasmas" (Resident Evil, pelo menos, é bem melhor), onde uma casa possuía apetrechos mecânicos capazes de matar seus visitantes rebeldes; aqui a colméia, através do computador central, é quem cuida dessa parte.
A direção também é outro "show" à parte, Paul Anderson, sem a mínima originalidade, apela para recursos já sobrecarregados, como o uso de sons altos e que vêm "do nada" para tentar assustar o público. O diretor já se mostrou melhor em "O Enigma do Horizonte". Só como curiosidade, este é o mesmo diretor que dirigiu uma outra adaptação dos games para o cinema: "Mortal Kombat".
Felizmente, "Resident Evil" não chega a ser um desperdício completo: como puro e simples entretenimento, é um filme razoável, que diverte com seu visual dark, além de ser o retorno dos filmes de zumbi (o que não significa muita coisa também). Mesmo com interpretações canastronas e pífias, os personagens esbanjam sensualidade (o que, por outro lado, não condiz com as situações que passam durante o filme). É um bom filme para assistir em vídeo com sua turma, fora isso, é totalmente dispensável.
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