É um filme-documentário. Narra a história do processo movido por David Irving, um negacionista, contra Deborah Lipstadt. Do ponto de vista de um historiador, o qual já flertou, em sua adolescência, com as teses à época conhecidas como "revisionistas", o filme possui vários elementos a serem explorados. Em primeiro lugar, o número de mortos faz alguma diferença como critério analítico do Holocausto? Acredito que não. Faz alguma diferença existir ou não uma ordem direta do Führer para o extermínio? Também não, mesmo por que as violações de direitos humanos fundamentais ocorreu irremediavelmente desde os primeiros instantes em que a máquina nazista foi iniciada, em 1933. Ou seja, mesmo dando o benefício da dúvida ao negacionismo, pouco importa terem sido os judeus mortos de um jeito ou de outro, dentro de câmaras de gás ou por inanição fora delas, não há nada que possa amenizar o crime contra a humanidade cometido pelos nazistas. Não obstante, parece-me que os "revisionistas" nutrem, de antemão, uma suspeita admiração pelos regimes totalitários da década de 30, além de, por que não?, um ressentimento antissemita que tenta disfarçar a si mesmo. Assim, parece-me que o o problema é: tem-se, primeiro, uma profunda admiração pelo 3º Reich e, depois, os estudos revisionistas, o que compromete qualquer pretenso esforço científico digno de chamar-se "historiografia", já que qualquer indício histórico indesejado é sistematicamente negligenciado. Tem-se, primeiro, o preconceito, e, depois, a busca por algo que o legitime. Ledo engodo.
Críticas
7,0
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