Controverso, intrigante, reflexivo - vários são os adjetivos de "Magnólia", um longa que parece coisa de outro mundo com seus aspectos simbólicos para representar o sentido da vida.
Desde o início, histórias são contadas. Casos que parecem estranhos, mas que representam o imprevisto e as incertezas da vida. Após essa introdução, outras pequenas histórias são reveladas, como a do apresentador de um programa de motivação e de sedução para os homens (interpretado brilhantemente por Tom Cruise), a do garoto que se cansa de sempre ser o gênio que responde a todas as perguntas de um quiz de TV ou a do estranho enfermeiro (Philip Seymour Hoffman) que cuida de um senhor que deseja rever o filho e se redimir, o que deixa sua filha (Julianne Moore), que já estava a beira de um ataque, muito aflita.
Talvez o melhor de tudo seja a conexão que a trama de uma personagem se encaixa na de outra e o sentido final para que aquilo acontecesse. Eles são unidos pela tristeza, pela melancolia, pela incerteza de viver cada dia.
O tom depressivo e amargo foi o que me deixou muito incomodado. A cena da música que as personagens cantam certamente é um dos momentos cinematográficos mais angustiantes da história. Pelo contrário, a fantástica cena da chuva de sapos é o que deixa o filme, que até aquele momento já parecia surpreendente, mais instigante.
Realmente não posso dizer que é um dos melhores filmes já feitos, porém isso não descarta o fato de ser um longa muito bem construído com interpretações impecáveis.
Após o seu término o espectador traz consigo ainda a angústia e a dor das personagens, e é isso o que me incomoda ainda mais em Paul Thomas Anderson. Parece que ele quer afirmar em cada trabalho que faz as incertezas da vida e as dores que isso pode causar, com histórias de indivíduos que parecem sempre descontentes. Talvez essa seja uma interpetação errada do verdadeiro ideal do cineasta, mas foi a que verdadeiramente compreendo em tudo que vejo de sua autoria.
De qualquer forma, vale a pena a experiência. Prepare o coração e fique com um lenço ao lado. Se estiver em um dia feliz ou com bom humor, pode não ser muito recomendado.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário