Um dos maiores filmes da história do cinema americano? Melhor que "Lawrence da Arábia" ou "E o Vento Levou"? A maior obra-prima do cinema? Inesquecível? Pois é, foram todas essas perguntas que eu fiz após assistir "Casablanca", longa que recebe vanglórias até hoje e que o American Film Institute, em 2008, elegeu ser o 3º maior filme da história do cinema americano; superando "Touro Indomável" e "Cantando na Chuva".
De certa forma, todas as perguntas ficaram em minha cabeça por um tempo sem resposta. Não acho que a fotografia (mesmo sendo excelente) de "Casablanca" supere a de "Lawrence da Arábia" ou que Ilsa Lund seja mais marcante que Scarlett O'Hara de "E o Vento Levou". Dirigido por Michael Curtiz, o longa possui grandes qualidades como as interpretações inesquecíveis de Humphrey Bogart como Rick e de Ingrid Bergman como Ilsa Lund.
Na busca de compreender a grandiosidade o filme e tentar responder aos meus questionamentos tentei olhar por trás do próprio longa e observar o caminho percorrido por Michael Curtiz até a produção de "Casablanca".
Michael Curtiz, nascido na Hungria, chegou a fazer filmes na Europa, mais precisamente em Viena (na Áustria) antes de chegar aos Estados Unidos. Um de seus primeiros trabalhos na indústria americana foi "Os Crime do Museu", de 1933, e que viria a ser refilmado em 1953 com Vincent Price. Depois desse longa, que não foi muito glorioso, chegou a dirigir filmes de sucesso como "Anjos de Cara Suja" (que já tinha Humphrey Bogart no elenco) e "Aventuras de Robin Hood", com Olivia de Havilland (que fez a Melanie em "E o Vento Levou"). No entanto, a consagração viria somente em 1942 com "A Canção da Vitória" e "Casablanca", no qual venceu como Melhor Diretor. Incrível como o cineasta conseguiu fazer dois grandes filmes no mesmo ano. Fato que se assemelha à Victor Fleming, que nos deixou duas obras-primas feitas no mesmo ano: "E o Vento Levou" e "O Mágico de Oz", e 1939.
Antes de ser finalizado, "Casablanca" sofreu grandes dificuldades, uma delas quanto ao roteiro, que foi alterado diversas vezes até o produto final. Mesmo assim, o filme é lembrado por seus dialogos (há quem diga que houve improvisos) e pelo romance de dois personagens que não ficam juntos no final (o que também nos remete a "E o Vento Levou").
Pela genialidade de Curtiz, pela dificuldade de finalizar esse projeto, por Ingrid Bergman e Bogart, pelos 3 Oscar ou pela época em que foi feito (onde as coisas não eram tão fáceis) vale a pena conferir "Casablanca" e deixar as perguntas de lado.
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