Amor, Sublime Amor
Robert Wise mais uma vez acerta em cheio com um musical que deve ser lembrado para sempre como um dos maiores da história do cinema. A dança, a música, o cenário, o figurino, as atuações - tudo simplesmente perfeito e em uma sincronia jamais vista.
O prólogo fala por si só. A visão panorâmica de Nova York que nos leva até o bairro onde os Jets e os Sharks disputam o poder é realmente um dos maiores momentos do cinema americano. A visão urbana e realista levada ao extremo através da coreografia, das frases e da representação das personagens nos traz um foco diferente do eterno conflito de diferentes grupos na sociedade.
Natalie Wood (de "Juventude Transviada") é fascinante ao interpretar Maria. Ela idealiza a doçura e a paixão de uma mulher impossibilitada de ter o seu amado plenamente, semelhante à Julieta. Enquanto o Romeu (no caso, o Tony) , interpetado por Richard Beymer (de "O Diário de Anne Frank"), mostra a força e a virilidade que o homem deveria representar naquela época. Por mais que essas qualidades sejam abaladas pura e simplesmente pelo "amor, sublime amor".
Não devemos nos esquecer das impecáveis presenças de Rita Moreno, que faz a Anita, e a de George Chakiris, que interpreta o Bernardo. Os casal coadjuvante é um alicerce da emoção presente no drama vivido por Maria e Tony. Bernardo demonstra o estrangeiro, que luta por seu ideal até morrer, e Anita a mulher livre e que deseja a incorporação na sociedade americana.
A crítica se faz presente de modo constante no obra-prima de Robert Wise, que deflagra o anseio dos estrangeiros (no caso, os portoriquenhos) de mostrar que eles também possuem direitos, mesmo que eles (na maioria das vezes) sejam frustrados.
Imperdível. "West Side Story" é de fato merecedor dos 10 Oscar que recebeu. É um filme de sublime e agradável recompensa.
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