Ficção cientifica sempre foi tratado como filmes “B” nos anos 50 e 60, principalmente por serem de uma temática mais fantasiosa e com poucos recursos. Coisa que custou a mudar tanto o gosto do publico e também as produções que foram ficando cada vez mais exigentes e até com orçamentos milionários, que é o caso da obra-prima absoluta do cinema que é “2001- Uma odisseia no espaço”. E também citando outro filme que é uma obra mais fantasiosa, mas mesmo assim genial que é “O Planeta dos Macacos” "Alien" e "Blade Runner"...
'Invasion of the Body Snatchers" é um dos clássicos absolutos do terror / sci-fi dos anos 50. E o auge da paranoia anticomunista e dos sentimentos macarthistas transpostos para a tela do cinema no auge da Guerra Fria. É cinema em forma de metáfora, de propaganda ideológica, mas mesmo assim, tirando todo esse contexto, ainda é um dos mais assustadores filmes que retrata uma invasão alienígena, imensamente superior a todos os filmes B que também utilizam deste tema feitos naquele período...
A qualidade mais marcante de Vampiro de Almas é este ar de thriller que o diretor Don Siegel trabalhou tão bem. A tensão vai crescendo de maneira gradual, até que conseguimos sentir na pele o desespero de Miles e Becky, afinal a cidade inteira está atrás deles e apesar de todo o cansaço eles não podem dormir ou também serão duplicados. As chances do casal conseguir escapar ficam cada vez menores. O tom de urgência é intenso e a sensação é de perigo iminente, do começo ao fim...
E por incrível que pareça, pode-se empregar em Vampiros de Almas, visto nos dias de hoje, uma linha de raciocínio completamente diferente daquela empregada há quase 60 anos. Agora que a cortina de ferro caiu há tempos, os efeitos especiais evoluíram absurdamente e Phillip Kauffman nos brindou em 1978 com "Os Invasores de Corpos" do mesmo nível desse fato que não ocorre com a última versão da história dirigida por James McTeigue e estrelada por Daniel Craig e Nicole Kidman não deixa de ser ruim mas se comparada as outras duas obras fica aquém.
A crítica do filme é muito legal e muito bem feita, principalmente pelos planos e a quebra da quarta parede quando Milles literalmente grita com o telespectador e diz: “Eles estão entre nós”. Como se a invasão dos Russos fosse iminente e nos preparamos para uma lavagem cerebral. O suspense que o diretor Don Siegel constrói é muito bem elaborado, principalmente por exibir um inimigo invisível de certo modo e que depois pouco a pouco ele vai aparecendo. O que achei interessante na subtrama em si, é como ele expõe que qualquer pessoa pode virar seu inimigo desde seus familiares e amigos de infância não importa. A simbologia dos alienígenas serem sementes e quando infiltradas dentro daquela sociedade e mudando as pessoas é genial, é como se o pensamento comunista mesmo pequeno que seja uma “semente” pode alienar pessoas e segundos depois mudar a sociedade...
A alienação, o consumo em massa, a falta de amor ao próximo e o egoísmo exacerbado que tomaram conta da sociedade nesse século XXI, podem estar ali subentendidos para quem quiser enxergar, o que o transforma em um filme atual, por esse ponto de vista. A sociedade global de 2013, seria o mesmo prato cheio para uma invasão alienígena em grande escala, que uma invasão comunista no subúrbio americano na década de 50. E com certeza demoraríamos muito, mas mUito tempo para descobrir que seu vizinho de porta foi clonado por um alienígena, sendo que estamos sempre preocupados, atrasados, estressados e cada vez mais cortamos nossas relações sociais diárias tête-à-tête com as pessoas.
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