O excelente roteirista Brian Helgeland dos ótimos "Sobre Meninos e Lobos" e "Assassinos", vencedor do Oscar por "Los Angeles - Cidade Proibida" decide se aventurar na direção adaptando romance "The Hunter" de Donald E. Westlake e começou com o pé direito!

A premissa é bem simples porem muito bem executada já que Helgeland tinha excelente material na mão. Todos os clichês estão ali: Anti-Herói carismático, mulheres fatais, dinheiro, violência e corrupção... Peraê! Estamos falando de um filme noir? Talvez...

Mel Gibson é Porter, homem que foi traído e baleado pela mulher para ficar com seu melhor amigo e a metade de US$ 140 mil surrupiados pelos três. Aproveitando os rumores de sua morte, Porter deseja vingar a amizade, o casamento, o bolso e a violência corporal. Não quer nada além dos seus US$ 70 mil e para tê-los de volta topa levar porrada da máfia chinesa, da polícia corrupta, do ex-parceiro Val e de todo "O Sindicato" do qual faz parte. Sobra disposição até para levar umas palmadas da engraçadíssima oriental sádica metida em trapos de couro...

O filme lembra mesmo os noir"s de décadas passadas, tanto que "O Troco" passou por um processo de descolorização que aproxima ao máximo as cores originais do preto-e-branco, deixando o filme com um aspecto azulado muito bonito...

O elenco coadjuvante funciona no que a película requer, todos estão bem até mesmo a caricata de Lucy Liu se adequa a narrativa. Kris Kristofferson, Deborah Kara Unger, David Paymer e Maria Bello estão ótimos.

Da parte técnica, tudo está satisfatório nada tão exacerbado, destaque maior para a montagem e edição do filme, trazendo agilidade para os 100 minutos da película, não deixando-a maçante em nenhum momento, trazendo ritmo ágil e dinâmico durante todo o longa...

Mel Gibson está um pouco contido no papel mas sua atuação também cumpre a meta e nos faz torcer para seu sucesso a todo momento, o mair loko do filme é que todos do "sindicato" pensam que Porter quer milhões e milhões por seu trabalho executado e por vingança mas não, o cara quer "apenas" U$70.000! KKKKKKK! A maior sacada do filme...

Dizem boatos, não consegui confirmar que Gibson, também produtor do filme, afastou Helgeland da montagem final, alegando que o diretor queria refilmar várias cenas e inserir um novo final, Gibson bateu o pé, dizendo estar satisfeito com o resultado final e sua vontade prevaleceu, ainda bem pois o filme é excelente!