Eu sou fã de Keanu Reeves... O cara não é um 'Marlon Brando' da vida no quesito atuação, mas de uma forma ou de outra sempre esteve envolvido em bons projetos com poucos deslizes na carreira. Mas, eu virei realmente fã do cara depois que conheci algumas histórias relacionadas a ele. Ele doou 70% de seu cachê pela franquia "The Matrix" para a equipe de efeitos especiais por considerar que sem eles, o filme não seria possível ser realizado. O cabra viveu bom tempo em hotéis e hoje possui uma casa modesta em Hollywood. Ele anda de metro velho! O cara é foda! Depois de mais de 30 anos atuando resolveu então passar para o lado de trás das câmeras e o resultado é "O Homem de Tai Chi". O filme não conta com um roteiro primoroso e o foco mesmo é na ação e para seu primeiro trabalho, até que Reeves se saiu bem...
No filme, acompanhamos o estudante de artes marciais Tiger Chen, o único pupilo de um idoso mestre de Tai Chi Chuan. Seu mestre tem como grande desafio fazê-lo compreender os aspectos filosóficos e pacíficos desta arte marcial. No entanto, decidido a mostrar suas habilidades em combate, Tiger se inscreve em um torneio local e começa a colecionar vitórias, para surpresa de todos na competição que duvidavam do Tai Chi Chuan como arte marcial. Mas é quando o misterioso Donaka Mark (Keanu Reeves) vê os talentos do jovem aprendiz e lhe oferece um “emprego” como lutador em uma mortal competição underground que Tiger finalmente liberta todo seu poder de destruição. Tornando-se cada vez mais violento, Tiger acaba sendo desclassificado do torneio local devido a brutalidade de seus golpes. Como consequência, a imagem de sua escola é manchada, acabando com suas esperanças de usar das leis de proteção ao patrimônio cultural para proteger o templo de seu mestre de ser vendido e, consequentemente demolido. É somente aí que Tiger percebe seus erros e se oferece à polícia para tentar derrubar Donaka e sua organização...
Reeves fez amizade com o dublê Tiger Chen, um protegido do lendário coreógrafo de artes marciais Woo Ping Yeun. Man of Tai Chi tem sido um projeto de longo prazo para Reeves e Chen, cinco anos de formação, com o a lista de ex-astro agora dirigindo, e o ex-dublê agora como o herói da história. Yeun também faz sentir a sua presença, dirigindo a ação da luta, mas enquanto as sequências de combate membro-agitando são habilmente coreografadas, tornam-se tediosamente repetitivo em um filme desesperadamente à procura de um pouco de coração e alma. Chen pode ser o homem de Tai Chi, mas Reeves (que também interpreta o vilão) é mais o homem de concreto, previsível por trás da câmera e uma máscara passiva de grunhidos na frente dele. Com o escritor Michael G. Cooney no comando do roteiro, não é exigência que houvesse uma narrativa mais elaborada até mesmo nos filmes de ação isso é necessário...
A fita entrega esse roteiro insosso, que tenta se mostrar como não sendo só um filme de luta, mas sim a jornada de um homem. Só que ele não consegue chegar lá. Falta carisma, falta profundidade, falta você realmente se interessar pelo Tiger. Talvez um 'Jackie Chan' da vida resolveria o problema, mas Chen é somente um duble e pronto. O filme tem algumas cenas muito bonitas esteticamente. A câmera procura cada centímetro dos golpes executados, e faz isso bem. É possível sentir o “peso” dos socos, chutes e outras pancadas desferidas. Os cenários das lutas também são bonitos e funcionais. Tudo é feito para valorizar as cenas de luta. E como já disse, roteiro fraco. Os filtros e a técnica de distanciamento da câmera nas lutas funcionaram bem, o que não se pode afirmar sobre o horrível filtro usado na cena final. Ficou muito mal focado e realizado...
Enquanto a porrada come solta e com qualidade, Reeves demonstra sua incapacidade para todo o resto. Diálogos e cenas absolutamente comuns têm quebras de eixo, problemas de primeiro ano de faculdade e se Chen não nos da motivo algum para torcermos pelo seu sucesso Karen Mok também não é uma policial que demonstre qualquer apreço por ela. E talvez o romance de Chen com a secretária do escritório de estado que poderia render alguma coisa é totalmente raso e superficial, se tornando a história ainda mais decepcionante. Reeves continua Reeves: Canastrão, com caretas e robótico, mas isso até que pro filme é bom sinal. Sua atuação por incrível que pareça é a melhor do filme...
Dividindo na dose certa as lições de moral típicas de filmes de artes marciais das conversações mais naturais e se mostrando tecnicamente preciso nos enquadramentos, transições e, especialmente, na construção das diversas e extensas cenas de lutas, é evidente em seu trabalho como diretor, o lado metódico que Keanu sempre apresentou em suas atuações. Mesmo contando com uma trama simples e clichê, o filme ainda assim pouco diverte por abraçar por completo seu estilo B, ou não... O fato é que talvez o futuro de Reeves seja na frente das câmeras...
Qualquer hora vou conferir esse O Homem do Tai Chi, só pra ver se ele diz "I Know Kung Fu...".
KKKKKKKKKKKKKKKK! Isso aê meu caro!
A Casa do Lago, Velocidade Máxima, O Homem Duplo, Muito Barulho por Nada, Ligações Perigosas, Parenthood, Juventude Assassina, Caçadores de Emoções, Garotos de Programa... Bom ator não é, mas sabia escolher seus projetos! 😉
Bom ator não é, mas sabia escolher seus projetos [2]
Francisco, meus parabéns, pois definiste o que eu penso desta aberração, mas minha irritação com ele me impede de raciocinar direito....