A Universal Pictures (assim como a Hammer) foi, provavelmente, o maior responsável pela transformação de monstros lendários da literatura e folclore internacional em ícones da cultura pop, no cinema. Para quem não sabe, desde o início do século XX a Universal começou a criar versões cinematográficas (com muitas alterações, é verdade) de monstros da literatura e folclore. Os ”5 MAIORES MONSTROS da cultura pop ocidental”, os cinco medalhões da Universal, ou ”Fatal Five”(como alguns chamam, hoje em dia): Lobisomem; Drácula; Monstro de Frankenstein; Gill-man que também é conhecido por Monstro da Amazônia/Lagoa Negra. e A Múmia. Confesso que nunca assisti esse filme original da Múmia e nem uma outra versão de 1959 com o Christopher Lee eu só assisti esse aqui de 1999 que é um dos filmes de definição pura do 'cinema pipoca'...

O excelente e divertido “A múmia” faz parte de uma categoria de filmes que andava abandonada nos cinemas até o seu lançamento: a de filmes de aventura que misturam ação, comédia, romance e caça ao tesouro – cujo maior e mais conhecido representante é mesmo "Os Caçadores da Arca Perdida". Estrelado por Brendan Fraser, m grupo de arqueologistas trazem o Faraó Imhotep de volta à vida, após este sofrer a maldição de ser mumificado vivo em Hamunaptra. Agora Rick (Brendan Fraser) e Evelyn (Rachel Weisz) terão trabalho para salvar o mundo moderno deste perigoso ser.

A fita possui um enredo simples e cativante, sem muita cerimônia na história. Assim o público é atraído por quase duas horas de duração por pura diversão aventureira e muito romance. E apesar disso tudo, o filme comete alguns deslizes em não apresentar muito bem os personagens secundários que acabam servindo mais para preencher as lacunas; e a rivalidade entre Benny e Rick podem trazer boas risadas, porém acabam se tornando repetitivas. Além desse ponto, o roteiro não se preocupa em trazer algo de muita complexidade, somente a diversão e ação garantidas; que conseguem prender cada segundo da sessão.

Todos os dólares gastos(e não devem ter sido poucos, estimativas em torno de U$S80.000.000,00) surgem na tela “A múmia”. A recriação dos cenários e a fotografia são dois pontos que chamam atenção, bem como os figurinos, tudo bem elaborado, nos remetendo de imediato para os anos 30. A fotografia oscila bastante para o ensolarado deserto egípcio ora escurece nos momentos da Múmia em cena. A trilha sonora do mestre Jerry Goldsmith para o filme é inspirada e os efeitos especiais, embora falhem aqui e ali, ainda parecem portentosos, na época em tempos que "The Matrix" inovava, os efeitos aqui dão conta do que é proposto. “A Múmia” também mistura bem os gêneros e tem ritmo excelente, como uma aventura desse tipo deve ser.

Sommers que possui uma filmografia bem fraca esteve a frente do mediano "Tentáculos" e dos lixo "G.I. Joe" e "Van Helsing". Seus melhores trabalhos são os 2 primeiros filmes da Múmia mesmo. Sommers teve a seu favor um elenco em sintonia e bastante entrosado. John Hannah está engraçadissimo como o irmão covarde de Evelyn. Oded Fehr se mostra um líder seguro e honrado das tribos guardiãs do Egito. Arnold Vosloo está um pouco caricato, mas acredito que seja pois o seu papel exigia isso. Rachel Weisz que 6 anos depois ganharia o Oscar de melhor atriz coadjuvante por "O Jardineiro Fiel" está fantástica aqui como a doce e desastrada Evelyn. Já Brenda Fraser foi o maior acerto. Seu Rick O'Connell atrevo eu, empata de frente com Indiana Jones de Harrison Ford, pois os dois tem o mesmo carisma, qualidades e falhas. O sucesso do filme logicamente iria render uma sequência e "O Retorno da Múmia" não fez feio, possuía todas as qualidades do original e se não é melhor é tão bom quanto, já "A Múmia: Tumba do Imperador Dragão" na minha opinião fez feio...

Como disse, "A Múmia" tem seus defeitos, mas você não quer ver aqui um roteiro de Ingmar Bergman não é mesmo? O melhor a fazer é comprar um sacão de pipoca, preparar a Coca-Cola e o sofá e se deixar levar por essa excelente fita...