É interessante e até mesmo engraçado, ver como monstros gigantes ainda despertam curiosidade entre a população mundial e parece que qualquer produção que envolva esse tipo de trama, irá despertar a curiosidade das pessoas em geral e consequentemente leva-las aos cinemas. Ora, essa nova versão de Godzilla fez os impressionante mundialmente US$ 800 Milhões de dólares e uma continuação foi anunciada, bem, pelo menos em sua época de lançamento, o que não gera garantia de nada. Algumas das tais liberdades criativas foram tomadas a cerca da nova história, como a principal delas, a origem do monstro. No filme original de 1954, "Gojira", o lagarto gigante nascia do medo por uma guerra nuclear, ainda mais com a Guerra Fria rolando solta entre USA e a URSS, já na nova versão, o bichão tem origens pré-históricas. Na terra do sol nascente foram feitas nada mais que 28 continuações, diretas ou indiretas do primeiro filme e ele foi o principal responsável pelo conhecimento mundial dos 'Kaiju', incorporando o gênero 'Tokusatsu' nas telinhas de TV para varias crianças ao redor do globo.
Durante a projeção do longa, é impossível não fazer alusão ao tão criticado filme de Roland Emmerich. Bom, pelo menos pra quem viu o filme. O principal problema da fita na época, era se levar a serio demais, efeitos toscos e uma certa descaracterização do monstrengo. Aqui, novamente o filme tem um tom bem sério, e com possibilidades interessantes dos desastres que uma criatura dessa magnitude poderia causar realmente no mundo caso existisse, mas tudo para por aí. A associação a outro filme recente, também é imediata, "Círculo de Fogo" ou como alguns preferem, "Pacific Rim", que adoto um tom mais leve, menos imediato, mas que também se mostrou uma opção passageira e sem tantas qualidades assim. Fato que não ocorre na produção de 98, mas aqui existe ao menos um ator oriental, no caso, Ken Watanabe, conhecido mundialmente após o sucesso estrondoso de "O Último Samurai". No longa de 98 tínhamos um francês, Jean Reno, que até hoje não entendi como franceses poderiam deter a besta, mas tudo bem isso já é outra história...
O restante do elenco, de peso diga-se de passagem, com participações mais do que especiais, como o Sr. White da excelentíssima série 'Breaking Bad", aqui interpretando um sujeito buscando a verdade a todo custo sem nunca ter conseguido superar a morte da oscarizada Juliette Binoche, que entra e sai rapidinho somente pra dar um 'oi' mesmo. O espectador mais atento vê a hilaria comediante Sally Hawkins na pele de uma nada convincente Dra. Vivienne Graham, mas aqui meu caro, vale de tudo. Precisamos de um parceiro de respeito no encargo dos militares fodas e aqui, temos a também improvável presença do sempre competente David Strathairn, encarnando um tal de Almirante Stenz, mais perdido que cego em tiroteio. Fechando o time vemos a até então eficaz Elizabeth Olsen e um cara que pode até ser bonito, mas que eu ainda não vi nenhum potencial, carisma ou outro qualquer diferencial nele, Aaron Taylor-Johnson que personifica o mais próximo de um protagonista aqui, vivendo o tal do Tenente Ford Brody.
Na trama desta adaptação, em pleno dia de seu aniversário, Joe Brody fica viúvo após um inexplicável acidente na usina nuclear japonesa onde ele e sua esposa trabalhavam. Não aceitando a morte da amada, Joe passa a dedicar todos seus esforços para tentar descobrir o que realmente aconteceu naquele fatídico dia. Quinze anos após o acidente, Ford é soldado do exercito americano, casado com a enfermeira Elle (Elizabeth sou irmã mais nova das gêmeas Olsen) e pai do pequeno Sam. Estando anos afastado de seu pai, que se isolou no Japão em sua jornada particular, Ford recebe um telefonema que obriga o jovem viajar para a terra do Sol Nascente para ajudar seu pai, que havia sido preso por invadir o bairro localizado nas proximidades da usina, agora uma zona de acesso proibido. Mesmo com os esforços de Ford em traze-lo de volta para América, Joe convence seu filho a invadir a zona proibida uma última vez, atrás de disquetes com registros em sua antiga casa que poderiam ajudar a descobrir a verdade sobre o desastre.
Entretanto, no mesmo momento da chegada dos Brody's a base de pesquisa, a criatura desperta de seu sono e inicia um ciclo de caos e destruição a qualquer um que fique em seu caminho. E para piorar, o despertar do monstro acaba também despertando o seu predador, uma gigantesca criatura adormecida no fundo do Oceano Pacifico. A direção dessa bagaça, dessa vez, fica nas mãos de Gareth Edwards, que ganhou projeção mundial ao dirigir o razoável independente "Monstros", mas infelizmente, Edwards não aprendeu com os erros de Roland Emmerich e novamente foca demais em dramas de relacionamento dos "humanos" totalmente insignificantes e sem profundidade. Existe coisa mais clichê do que o militar que está a vários anos longe da família? Ou o cabra que perde um ente querido drasticamente por um acidente com vários segredos em volta? E mais, a relação de pai e filho não é explorada nem um pouquinho, nem pra ver se ganhamos um pouco de simpatia pelos filhos da puta. Beleza, que Edwards focasse nos humanos, mas que ao menos apresentasse um enredo com novidades e tramas que não desrespeitassem o espectador.
A tal máxima de que roteiro escrito por muita gente é mal sinal, aqui prevalesse mais uma vez. Com base em argumento do agora semi-deus criador de bons filmes de super-heróis David S. Goyer o script é finalizado por Max Borenstein, Dave Callaham e pasmem! O fiel adaptador das obras de Stephen King, Frank Darabont. Uma coisa não se pode negar, as situações criadas com o monstrengo mostram bastante veracidade e não são tão preguiçosas como o outro remake de 98. Os desastres causado pelos monstros e as reações populares são tratadas com tanta seriedade que acabam sendo bem criveis e realistas, nos fazendo refletir o caos que seria caso isso ocorre-se de verdade. Porém, mais uma vez os roteiristas erram em demorar a apresentar o bichano, são quase 50 minutos de espera pra ver poucos relances do Godzilla, pouco menos dos 62 minutos do filme de Emmerich. E outra o design de produção não vale a pena, visto que a imagem do lagartão não é tão onipotente assim, mesmo com seus 120 metros de altura...
Se a aceitação para quem desejava um filme divertido de monstros já estava difícil, a situação piora quando o a produção se auto sabota em um momento chave, que acontece aos vinte minutos do filme com a morte do personagem de Bryan Cranston durante a fuga do M.U.T.O (Massive Unidentified Terrestrial Organism) da base de pesquisa, considerando que Cranston estava roubando a cena, a sua saída de fininho foi um tremendo tiro de escopeta no pé de Gareth Edwards, aí meu camarada é hora de ir pra casa e assistir ao original lá de 54. Com um roteiro raso, personagens sem um pingo de carisma e as frustrantes aparições do que pra mim seria o protagonista, já que a fita leva seu nome, a película possui pouquíssimos acertos, que são entre eles os efeitos sonoros, e um pouco dos efeitos visuais criados por uma parceria entre as empresas Weta Digital e a MPC... Talvez teria sido melhor ter posto um cara com a roupa do Godzilla e ter mostrado mais o tal do Gojira...
Acho que só eu gostei....
Você não foi o único Cristian!
😲
Eu esperava bem mais...
O filme faturou pouco mais de US$ 590 milhões ao redor do mundo e não US$ 800 milhões, como informado no comentário. E o filme do Emerich pode ser acusado de tudo, menos de se levar a sério. 😏