De acordo com o dicionário 'Melhorandos' a definição da palavra EXPECTATIVA é: Ação ou atitude de esperar por algo ou por alguém, observando. = ESPERANÇA / Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas (ex.: o filme superou as expectativas)... Felizmente ou na maioria das vezes infelizmente quando vamos assistir um filme criamos essa perspectiva devido as vezes termos visto trailer, fotos ou artigos da determinada película ou em alguns casos o filme ser baseado em outra mídia como por exemplo livros, Hq's ou games. "Federal" é baseado em uma história do próprio diretor Erik de Castro segundo ele mesmo quando o camarada tinha 14 anos de idade... Eu quando tinha 14 anos bolava histórias melhores... Eu criei expectativas quando fui assistir "Federal" e ele é sem dúvidas um dos piores filmes tupiniquins da história...
Um perigoso traficante age em Brasília. Para capturá-lo, um grupo de policiais não mede esforços e até abdica da vida pessoal. O capitão, por exemplo, põe a tão sonhada aposentadoria de escanteio. Ele almejava dar mais atenção à esposa grávida, mas não tira o trabalho da cabeça. Opa! Que sinopse é essa? Do terceiro longa-metragem da franquia “Tropa de Elite”? Não. O argumento da vez não é o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), mas a Polícia Federal.
Comparar "Federal" com Tropa é covardia e até desrespeito com Padilha. O roteiro precisaria de mais cuidados para conseguir contar bem sua história. Ao invés de se preocupar em corrigir suas falhas e eliminar o que há de previsível na trama, insere-se crítica social no enredo. Aí é que o filme se perde. Na verdade, não existe roteiro.
A forma como Federal reduz as questões fica evidente nas interações constrangedoras entre personagens (federais torturando um preso e olhando-se entre si, como se dissessem "sim, estamos eu e você cientes de que estamos torturando um preso") e na quantidade de epítetos simplistas que aplica. O Brasil é a "nova Colômbia", Venezuela é "terra de mulher bonita", Brasília é a "capital do pó". Quando Eduardo Dussek aparece de gola rolê preta no papel de vilão, a caricatura do filme de ação estilo "justiça com as próprias mãos" se consuma. Emular Tropa de Elite e defender que o combate ao crime (e também o cinema) se faz na prática, ignorando a "burocracia" da teoria, dá nisso: um filme com dedo mole para o gatilho que, na ansiedade de salvar o dia, não para um minuto para ver onde está atirando.
A fotografia também não ajuda. Em tom sépia, quase documental, causa desconforto ao espectador. Para suavizar o transtorno óptico, o diretor insere cartões postais de Brasília, repletos de luz, aleatoriamente no decorrer do filme. Tudo ao som de mixagens eletrônicas com berimbau. O resultado final causa estranheza e coloca em cheque a dedicação do cineasta.
Mas o principal deslize do diretor é a escalação e a preparação do elenco. Nesse quesito, ele carece de um rígido treinamento policial. Com exceção de Selton Melo (Dani), cuja sensação é de vergonha alheia por participar desta ideia, todas as atuações deixam a desejar, especialmente de Carlos Alberto Riccelli (Vital). O ator, que interpreta o personagem central, tem uma fala mansa e morosa, inverossímil a um capitão da Polícia Federal. Ao arriscar alguns diálogos em inglês, Riccelli causa involuntárias gargalhadas, por lembrar Caetano Veloso – recorda dele cantando “Come as you are”, do Nirvana? Além disso, os atores locais, oriundos do teatro, levam os cacoetes do meio à telona. As expressões corporais são exageradas. Adriano Siri (Gallo) capricha nas caras e bocas. Quando o personagem de Eduardo Dusek (Beque Batista), o chefão do tráfico, diz “chega de desanimo, vem micareta por aí... este país tem carnaval o ano inteiro”, Siri encerra o diálogo com uma careta. Talvez, pela pobreza e lugar comum do texto. Similião Aurélio (Ciro) é o único ator que não comete o pecado, mas aparece perdido diante as câmeras. E outra coisa Michael Madsen nunca foi bom ator, mas o que ele está fazendo aqui manolo???
Então quer dizer que o filme não tem nenhuma coisa boa? Tem sim! A deliciosa Carolina Gómez que eu chupava a noite inteira! De resto... Passe longe!
Um dos piores filmes que já vi até hoje. Uma afronta ao cinema nacional.
Sem dúvidas Cristian... Decepção total...