O filme pra mim podia terminar com apenas 10 minutos de duração. O antológico strip-tease feito por Jane Fonda entrou para a história do cinema mundial e até hoje deixa meu peru duro como uma rocha. Mesmo que com um sobrenome de peso, filha do lendário Henry Fonda, Jane, na metade dos anos 60 havia feito filmes pouco expressivos e de papéis totalmente coadjuvantes, não havia explorado todo seu potencial e ainda não tinha entregado atuações memoráveis. Seus dois Oscar de Melhor Atriz só viriam na década seguinte. Atuando ao lado de Lee Marvin no divertido "Dívida de Sangue" e do mestre Marlon Brando no bom e razoável "Caçada Humana", Jane Fonda teve reconhecimento mundial em 1968, virando sex symbol e transformando a Hq e o filme "Barbarella" em símbolos cult ao redor do globo. Fonda a princípio, não queria interpretar uma personagem de histórias em quadrinhos, pois achava a ideia ridícula. Porém, ela terminou sendo convencida por Roger Vadim, diretor do filme e seu marido na época a interpretar a personagem. Méritos para Vadim no fim das contas...
'Barbarella' é uma série de histórias em quadrinhos voltada para adultos e criada em 1962 pelo ilustrador e também escritor francês Jean-Claude Forest. Criador de grandes quadrinhos como exemplo de "Marie Mathématique" e "Bébé Cyanure, suas histórias sempre continham teor erótico, com heroínas sexys, trajes minúsculos e aventuras espaciais. Pelo fato do conteúdo das histórias possuírem sempre esse teor e atributos, 'Barbarella' escandalizou a França e posteriormente outros lugares do globo, sendo proibida e censurada por um determinado período, mas como que tudo que causa polemica geralmente vende e acarreta fãs, logo voltou a ser comercializada e se tornou uma espécie de agente especial e ícone do movimento feminista dos anos 60. Linda, com longos cabelos loiros e lábios carnudos, vestida com muito sucinta, e várias vezes completamente nua, Barbarella usa seu corpo como uma arma mortal provocativa, entregando-se não só a homens , mas a robôs e monstros gosmentos, claro que utilizando dessas tendências ninfomaníacas e sexualidade não só para prazer próprio, mas também para derrotar seus oponentes...
A adaptação aos cinemas veio 6 anos após a primeira publicação do livro. No século 40, mais precisamente no ano de 40.000 D.C, numa sociedade que não conhece os prazeres do sexo, uma vez que conseguem atingir esse prazer através de produtos farmacêuticos, nesta sociedade vive Barbarella que é recrutada pelo presidente da Terra para resgatar o cientista Durand-Durand a fim de salvar o planeta. Ao longo da sua aventura, Barbarella vive algumas peripécias, sendo seduzida por Mark Hand que lhe dá a conhecer o sexo por penetração, seduzindo por sua vez um anjo chamado Pygar, ou sendo sujeita a tortura numa máquina denominada 'Excessive Machine' que através de um instrumento em forma de órgão proporciona prazer sexual em doses que podem ser letais. Essas tendências totalmente ninfomaníacas de Barbarella são utilizadas não só para ela ter prazer, mas também para derrotar seus oponentes.
Na sua época de lançamento, a película não foi levada tão a sério assim pelos críticos de plantão e por muita das vezes foi massacrada e escrachada pela imprensa e mídia social, mas o filme adquiriu status de cult ao longo do tempo e os tarados e pervertidos tanto da época tanto os de hoje em dia contribuíram para o reconhecimento da fita. O filme realmente não é uma obra-prima, seu roteiro é bastante raso e apresenta furos e situações ridículas mas o filme possui alguns méritos e não me refiro somente a deliciosa Jane. A fita, no auge da psicodelia e drogas alucinógenas dos anos 60 é totalmente insana e amalucada. Com cenários pseudo-futuristas incríveis, elementos cénicos fantásticos e objetos inventados que são visualmente incríveis ou conceituais em vários sentidos, adaptando fielmente bem a obra original, transpondo aquele universo fantástico imaginado pela mente pervertida de Forest.
Outros acertos do diretor francês e sua equipe de produção é o vasto e não menos absurdo figurino que transforma totalmente o visual dos atores, principalmente em seus minutos finais e da um ar tão colorido não só para os figurantes, mas para o visual de cenários e os atores principais. O som é bastante esquisito e a fotografia não acarreta nada demais, mas no montante total o filme precisa ser conferido ao menos por curiosidade. O elenco auxiliar também é uma bosta e John Phillip Law empresta apenas sua beleza e abdômen escultural para a fita. Vadim também não pode se vangloriar de ser um diretor a nível dos grandes gênios da história. Talvez esse exemplar aqui, ao lado de "E Deus Criou a Mulher" sejam seus filmes mais conhecidos e o que já não pode ser considerado muita coisa.
Quem não imagina outra pessoa interpretando Barbarella a não ser Jane Fonda, saiba que inicialmente quem daria vida a heroína seria a atriz Virna Lise, mas como a apetitosa atriz italiana tinha seu contrato expirado com a United Artist, infelizmente ela precisou voltar a Itália. Sorte ou azar de uma, fato é que Fonda não poderia estar mais perfeita, ela é a gostosura em pessoa e tem seu corpo explorado ao máximo possível. Ex-mulher de diretor, de milionário dono de canal televisivo, ex-modelo, escritora, ativista esquerdista e um verdadeiro fenômeno dos exercícios físicos vendendo mais de 17 Milhões de vídeo-tapes somente nos EUA, Jane Fonda carrega esse filme nas costas... Ou melhor no corpo todo. Em 2007, surgiram boatos de um remake, produzido por Dino De Laurentis e com roteiro de Neal Purvis e Robert Wade, dupla de Cassino Royale. O projeto nunca saiu do papel... Talvez por não acharem alguém com as condições de desempenhar o papel da protagonista a altura de Jane Fonda...
Eu não consigo formar uma opinião concreta sobre este não... horas eu gosto, horas não. Sei lá. O texto sim, eu gostei. Que comentário sobre o abdômen de John Philip Law!!!???
O filme é estranho mesmo, sobre o comentário do John Philip ficou meio estranho mesmo hein cara, kkkkkkkkkkk