Eu brincava bastante de LEGO quando era moleque. Criado na década de 50 pelo dinamarquês Ole Kirk Kristiansen, a forma do brinquedo que se encontra nos dias de hoje só veio parar em terras tupiniquins na década de 80. Os blocos ainda ajudaram várias crianças no desenvolvimento de atividades em várias instituições. Nos anos 90 LEGO migrou para outro brinquedo, os vídeo-games fazendo versões excelentes e inspiradas de séries consagradas como Star Wars, Lord of the Rings, Batman, Indiana Jones, Harry Potter e também jogos originais e não tão menos bons como Lego Island e Creator: Knights Kingdom. E nesse ano(2014) LEGO pula para outra plataforma ganhando sua versão cinematográfica, apresentando um filme de humor ácido e com uma aventura contagiante!
Emmet (voz de Chris Pratt no original) é um seguidor do segundo método, um operário que - como todos os que trabalham e vivem ao seu lado - tem nos manuais de instruções regras claras que devem ser seguidas para criar um mundo onde tudo funciona perfeitamente, os carros andam em fila e estacionam ao mesmo tempo, os trabalhadores se cumprimentam com sorriso no rosto, um mesmo episódio de uma série de TV continua tendo graça todos os dias e a enorme população de bonequinhos adora o grande político que orquestra esta perfeição toda, o Presidente Negócios. Porém, ao final de mais um dia perfeito, Emmet vê alguém onde não deveria estar. Ao tentar avisar as autoridades e, assim, manter a perfeição de seu cotidiano, ele conhece Megaestilo (Elizabeth Banks) e fica sabendo da "profecia". Pior que isso: ela e os outros Mestres Construtores começam a crer que Emmet, um sujeito normal(e até meio "limitado") é "O Escolhido", aquele que vai salvar o mundo das regras impostas pelo maligno Senhor Negócios, que controla não apenas a cidade de Emmet, mas também o "Velho Oeste", a "Zelândia Média" e vários outros universos criados a partir dos bloquinhos de Lego.
O universo criado para o filme criado não é maravilhoso só em relação aos cenários, mas a preocupação com os mínimos detalhes impressiona e os diretores não tem medo de usar planos fechados que mostram nos mínimos que as peças são de plástico com uma textura surrada em alguns casos. A profundidade de campo dos cenários faz com que o 3D valha a pena e a inclusão de alguns objetos do mundo real naquele mundo Lego é tão orgânica que parece natural que Vitruvius use o final de um pirulito com o palito torto como cajado.
Com um roteiro simples usando a clássica jornada do herói como base, o humor rápido não é indicado para crianças e pré-adolescentes que podem torcer o nariz para a animação pois nada é sério o bastante nas situações que ocorrem ao longo da película para escapar de alguma piada. Batman por exemplo é tratado como um playboy farrista e Lanterna Verde é apresentado como um cara carente e solitário.
Facilmente uma das animações mais divertidas que eu já vi, tendo algumas piadas que são tão idiotas que você até chora de rir. O melhor é quando eles fazem brincadeiras autocríticas das limitações dos brinquedos Lego. Dois exemplos (que estão no trailer, pra não estragar o filme): o cara acorda de manhã, vai ler o manual de como ser feliz e um dos primeiros itens do dia é “fazer polichinelo”, qualquer um que conhece a mecânica dos bonequinhos sabe que isso é impossível. O segundo exemplo é quando o Emmet vê Mega Estilo pela primeira vez e, copiando aquelas cenas em câmera lenta quando aparece uma mulher bonita, a bonequinha fica com o cabelo girando em volta da cabeça, enquanto o operário entra em colapso mental fazendo um grunhido esquisito durante todo o momento. No final, ainda podemos apreciar uma crítica social contra a alienação que a nossa atual sociedade se encontra.
Até a presente data o filme tinha arrecadado mais de US$400.000.000,00 de bilheteria mundial, nada mal para uma produção que custou US$60.000.000,00. O filme pode ser encarado como um propaganda para vender produtos da marca? Sim! Mas se vier com essa mesma qualidade eu aceito fácil fácil...
Achei o filme fraco. Não se sustenta pra além de um episódio de alguns minutos e se acha mais engraçadinho do que realmente é.
Quanto ao texto, ficou legal e convicente apesar de discordarmos.
Parabéns, Lucas!
Poxa Patrick que pena você não ter gostado, você já assistiu "Team America"? Achei do mesmo nível...
A melhor animação do ano até agora!!! 😎