Embora bem filmado, e com cenas belíssimas, Spielberg parece perder o tom em diversos momentos de A Cor Púrpura. Whoopi Goldberg é não mais do que mediana (a atriz que interpretou Celie na juventude é melhor) e não consegue dotar sua personagem, de maneira efetiva, da carga dramática necessária.
Com efeito, este é um dos descompassos do filme. Situações que envolvem degradação e amargura são, por diversos momentos, sucedidos (ou antecedidos) por cenas cômicas - como a cena na qual a patroa de Sofia obriga-a a acompanhá-la de volta a sua casa depois de uma série de trapalhadas no automóvel e pelo receio de ser acompanhada por homens de cor desconhecidos. O mesmo ocorre quando, em dado momento, o tirano Albert arruma-se para sair e Celie, com um sorriso maroto, prevê todos os movimentos assodados de seu marido/sinhô.
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