Acabo de chegar do cinema após ver pela segunda vez tropa de elite 2... e tenho algumas coisas para dizer.
Após assistir pela primeira vez TDE2, empolgado, eufórico, convencido de que era uma Obra prima do cinema nacional, decidi parar por aí e pensar se isso não era pura paixão (gosto do gênero) ou nacionalismo obscuro (não sou). Assim, logo me deparei com críticas, muitas maravilhosas, outras superficiais e pobres, mas todas, ABSOLUTAMENTE TODAS, otimistas, onde os mais experientes resenhavam ali ou aqui um pequeno defeito do filme, mas nada que prejudicasse essencialmente a obra, e que os mais leigos exageravam em seu julgamento.
Agora, depois de ver pela segunda vez, depois de ter analisado a visão de muitas pessoas, concluo que o filme merece, sim, todo esse crédito que está sendo lhe dado; seja pelo roteiro magnífico, direção de primeira e atores sensacionais ou pelo seu grande apelo popular. E reitero: é melhor do que eu pensava. Por isso, com esse meu pensamento mais cético de todo o contexto, definitivamente não há como aceitar o preconceito e o saudosismo (ou conservadorismo -- ou para os menos hipócritas: a hipocrisia) de muitas pessoas. Digo isso não para fazer polêmica, mas mostrar verdadeiramente o que acontece.
Salientar que é um exagero um filme que você não assistiu ser melhor que sua obra favorita é produto de um preconceito absurdo. Sem contar o pré-julgamento mesquinho, e grande chavão da arte, da "capa do livro": "mimimi, é filme de favela; é clichê brasileiro; câmera balançando já deu no saco; não gosto de filme de tiro; sou muito culto (leia-se pau-no-cu) e não gosto desse tipo de linguagem". É Irritante e idiota. E não é que desmereço a opinião de ninguém; é que ter pensamento próprio e idiossincrático sem argumentos até Hitler tinha. Pois, além do mais, respeito os gostos, mas na minha interpretação das coisas (não estou tentando impor nada, é o que EU penso), eles deveriam ser mais sutis do que realmente são, para assim aproveitar tudo que é bom da arte sem a distorção da visão limitada que exercem, onde alguns beiram a esse preconceito que exemplifiquei.
Nisso, o saudosismo tem um papel importante: não deixa que a mente da pessoa se volte para o progresso, seja da arte ou de qualquer coisa, cegando-se efetivamente à evolução do todo ou do que isso tem a oferecer, glorificando apenas o passado. Não que os grandes filmes de outrora sejam ultrapassados (justamente o contrário), só que não devem significar uma estagnação cultural. O mundo não é só passado, só presente ou só futuro: é a síntese perfeita do tempo. Por que os filmes de hoje não podem ser tão bons quanto os de antigamente? O problema é que as pessoas adoram comparar. Não conseguem ver que esses grandes filmes não se definem por notas, gostos pessoais, sentimentalismo e racionalização lógica, e sim pelas mensagens que comunicam, das ideias que são dadas, pelo contexto que se ajustam e pela singularidade que representam, em que cada grande obra é única e incomparável. Não é difícil de admitir que Tropa de Elite 2 daqui 30 anos será considerado uma obra prima por muita gente, consciente do que ela é.
No fim, seja qual for o maior defeito do filme (não concordo que seja a narrativa sobreposta de Nascimento; porque, veja bem, Padilha teria que fazer um filme totalmente diferente do que fez se quisesse retirá-la), ele não modifica de forma alguma toda a beleza, a arte, o argumento político e a denúncia social que dele se exprime, demonstrando a influência que TDE2 pode ter no pensamento de uma pessoa, na visão de uma sociedade e na reforma de toda uma civilização. Chega a ser poético, mas é cinema.
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