Sucker Punch é um filme-fetiche: garotas de mini-saia e metralhadoras.
A história é sobre uma menina, Babydoll, que após a morte de sua mãe é mandada pelo padrasto à um hospício onde as pacientes são forçadas a fazerem interpretações de dança quase eróticas. Em cinco dias, Babydoll será lobotomizada, e sua única chance de escapar antes disso é encontrando cinco "coisas" dentro de um mundo, o qual cria quando está prestes a dançar.
O mundo surreal criado por Babydoll é uma das coisas mais bem retratadas dos últimos tempos, digo, bem feitas. É tudo simplesmente perfeito! (E a câmera lenta do diretor Zack Snyder nos dá tempo suficiente para degustar tudo.) Você pode até não gostar do filme, mas não ousará dizer que ele é mal feito. E quando digo que tudo é bem retratado, não me refiro só aos efeitos especiais e ponto, mas sim, também, à coreografia, figurino, trilha sonora (que é MARAVILHOSA!), fotografia, etc. Os envolvidos no projeto conseguiram criar um universo muito peculiar. Uma obra surrealista moderna, e com fortes influências das HQs e games.
Tudo é muito extravagante, claro. Uma direção digna de Zack Snyder (300, Watchmen). O qual soube, nesse longa, retirar o máximo de criatividade e inteligência de sua extravagância; mesmo que em muitos momentos ainda exagere. Quer saber? E daí que o cara exagera? No fim, o produto é bom e absurdamente rico e original. (Pelo menos nesse filme, repito). Tudo é visceral, colorido e saboroso.
Em Sucker Punch, Zack estreou como roteirista. A idéia do filme é criativa e tudo mais, porém nada ótimo. A história é rasa? É! Mas não é ruim de forma alguma, é simplesmente boa.
Têm saído tanta porcaria mal feita... Sucker Punch tem uma história humilde, e compensa isso em outro lado.
Outro ponto interessante do roteiro é que a primeira metade fascina com sua arte visual, e quando essa começa a não conseguir sustentar o filme, a parte da história que não envolve os efeitos e tudo mais, começa a ficar mais instigante. Só daria uma alfinetada, é que a história se leva muito a sério. Algo como Zumbilândia seria melhor.
As atuações são normais, algumas vezes irritantes, porém sempre esforçadas e nunca desastrosas. Carla Gugino, que interpreta uma professora de dança, está ótima no papel. A protagonista, Emily Browning, é, às vezes, frígida demais, porém, simpatizo com ela desde Desventuras em Série. Não me pergunte por quê. Jena Malone, que interpretou a namorada de Donnie Darko, no ótimo filme de mesmo nome, provou, mais uma vez que é talentosa, e ainda um pouco contida.
Todos devem se surpreender por eu estar defendendo Sucker Punch. Tenho certeza que sou um dos únicos, mas acredito que gostei, pois ele foi exatamente o que eu esperava. Não criei muitas expectativas e me surpreendi.
O filme vale à pena mesmo que você não se encante pela história, é uma experiência visual divina.
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