“A Viagem” traz seis histórias paralelas, de meados do século XIX a um futuro distante. Elas não se cruzam, mas em todas vemos pessoas às voltas com decisões que requerem coragem e rompimento com uma ordem vigente, em nome de algo maior.
Uma das histórias adentra nos gêneros ação e ficção científica (protagonizada James D’Arcy e Xun Zhou, um clone); a protagonizada por Jim Broadbent é uma comédia mais leve, na qual seu personagem tenta escapar de um asilo. Mas a melhor é a protagonizada por Tom Hanks e Halle Berry, em um futuro distante, nas ilhas do Havaí. Ele é um nativo das ilhas e ela um ser humano de outro planeta.
Em todas as histórias a direção é segura e o entrelaçamento entre elas, ao longo do filme, só faz ressaltar a qualidade dos três diretores. O início de cada história coincide com o início das demais, de maneira que a certa altura não temos um só clímax, mas vários, um seguido do outro. Seria algo como assistir seis histórias ao mesmo tempo. Essa experiência incomum e a bela mensagem que o filme transmite o tornam gratificante.
Uma grande sacada de “A Viagem” foi fazer com que cada ator interpretasse vários personagens, nas diferentes histórias, em épocas e locais distintos. Só um excelente elenco poderia dar conta disso, mas as palmas vão também para a maquiagem.
Obs: Há uma cena em que o carro dirigido por uma jornalista despenca da ponte e cai no mar. É um primor de realização técnica. Não me lembro de ter assistido uma cena de acidente de carro tão bem feita.
Mathias, parabéns pelo seu comentário sobre o filme que é bastante incompreendido. Você soube analisá-lo com lucidez, e sem precisar escrever um livro no seu comentário, o que é muito comum por aqui, e ainda vemos esses prolixos ganhando estrelinhas dos administradores.
Obrigado Davi, fico feliz que tenha gostado do texto!!!