Lançado em 2008, Vivendo e Aprendendo (Smart People) é um daqueles típicos filmes do cenário independente norte-americano, trazendo os principais elementos que esses filmes trazem: personagens deprimidos, conflitos familiares, mistura de drama com um pouco de comédia e tudo mais aquilo que estamos acostumados e ver no Festival de Sundance.
Mas isso não é necessariamente um ponto negativo. Apesar da forma repetitiva que essa fórmula vem sendo usada ultimamente, ela resulta, quase sempre, em filmes bem melhores que os outros lançados no circuito não-independente.
O filme, dirigido pelo israelense Noam Murro, conta a história de Lawrence Wetherhold (Dennis Quaid), um amargurado professor de literatura que ainda sofre com a morte de sua esposa, e a sua família, composta por seus dois filhos: a arrogante e bem parecida com o pai Vanessa (Ellen Page) e o bem diferente dos dois James (Ashton Holmes). Tem, também, o irmão adotivo de Lawrence, Chuck (Thomas Haden Church), que ainda não tomou um rumo certo na vida e constantemente pede dinheiro emprestado para o seu irmão, e Janet (Sarah Jessica Parker), uma ex-aluna que surge como um potencial par romântico do personagem de Quaid.
As “pessoas inteligentes” do título original são Lawrence e Vanessa. Ele que, amargurado pela morte da esposa, preferiu se esconder em uma crosta de arrogância e mau-humor e ela, que vê no pai um modelo, e se comporta da mesma maneira, não tendo amigos ou namorados. Os dois, acham-se mais inteligentes que as outras pessoas. E é com a entrada de Janet e de Chuck na vida desses dois, que eles vão sair desse estágio, cada um da sua forma.
Porém, o roteiro escrito por Mark Poirier atropela essas relações, não desenvolvendo bem os personagens e as suas relações. Parece que nos é apresentado apenas tópicos, partes do relacionamento deles, o que, por mais de uma vez, torna incompreensível suas atitudes.
O elenco, no geral, está muito bem, minimizando as falhas no roteiro. Page (de Juno) e Church (de Homem-Aranha 3) são os destaques. E até mesmo o canastrão Dennis Quaid se sai bem – deslizando aqui e ali, é verdade, mas sem grandes prejuízos.
Com uma trilha sonora fraquíssima – raridade nesse tipo de filme –, Vivendo e Aprendendo soa como uma boa idéia não muito bem executada, que pega elementos já consagrados no cinema independente e não os sabe aproveitar de forma competente.
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