Para muitos (inclusive eu) um dos filmes mais aguardados do ano, Homem de Ferro 2 chega com a difícil missão de superar o seu antecessor – sucesso de público e crítica. E a boa notícia é que, sim, ele consegue – tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à bilheteria: o filme já é a melhor abertura do Marvel Studios e a Paramount Pictures nos Estados Unidos.
Na continuação, o mundo já sabe que o bilionário Tony Stark (Robert Downey Jr.) é o Homem de Ferro. Sofrendo pressão do governo, da mídia e do público para compartilhar sua tecnologia com as forças armadas, ele reluta em divulgar os segredos por trás da armadura do Homem de Ferro, temendo que a tecnologia caia em mãos erradas. Stark deve, ainda, lidar com o fato de sua invenção estar lhe envenenando e com o aparecimento de Ivan Vanko, filho de um ex-sócio do seu pai, que deseja vingança.
Robert Downey Jr. volta ao papel que o fez ressurgir, com força total. Ele é Tony Stark e ninguém mais pode mudar isso. Stark não é um personagem fácil, como muitos podem pensar. Ele é arrogante, egocêntrico, inconseqüente. E Downey Jr. consegue ser tudo isso sem fazer com que o público o odeie. Pelo contrário, nos adoramos Tony Stark!
O irônico de tudo isso é que Downey Jr. e o próprio diretor Jon Fravreau (Zathura - Uma Aventura Espacial) não pareciam as melhores escolhas. O primeiro vinha se recuperando de um ostracismo profissional devido ao seu problema com drogas, sem contar o fato de já ter mais de 40 anos – o que não é bom para uma franquia de filmes. O segundo era um ator de comédias não muito badalado, com um pequeno currículo como diretor, e pouca ou nenhuma experiência em filmes de ação.
Os dois deram muito certo. Downey Jr., como já dito, encarnou com todas as forças o personagem e Fravreau, por também ser ator, proporcionou uma ótima direção de elenco, fazendo com que o principal atrativo do filme sejam os personagens (que agora são muitos), e não as cenas de ação.
Cenas de ação essas que são bem divididas no filme. Temos três grandes sequências (a luta entre armaduras é engraçadíssima), todas muito bem filmadas, apesar de não serem o maior destaque do filme. O destaque mesmo são os personagens e a maneira como se desenvolvem. Mérito de Fravreau e do roteirista Justin Theroux (do hilário Trovão Tropical).
A relação de Tony com Pepper Potts (Gwyneth Paltrow) fica mais interessante com a chegada de Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), uma agente da S.H.I.E.L.D disfarçada. Tem também a entrada de dois vilões (elemento que faltou no primeiro filme): Ivan Vanko, interpretado pelo também renascido Mickey Rourke (que sempre fica um luxo com óculos de grau) e o empresário bélico Justin Hammer – que Sam Rockwell interpreta com um empenho tão grande quanto o de Downey Jr.. Também fazem parte do elenco Don Cheadle, que substitui seu amigo Terrence Howard, fazendo James Rhodes, melhor amigo de Tony e, agora, possuidor de uma armadura; Samuel L. Jackson, vivendo Nick Fury, e o próprio Fravreau, que ganha mais espaço como o segurança Happy Hogan.
O filme dá um passo importante na criação do chamado "Universo Marvel no cinema", que culminará no filme dos Vingadores, juntando em um filme só Capitão América, Thor, Hulk e, é claro, o Homem de Ferro.
Com muito mais humor, uma ótima trilha sonora (AC/DC sempre empolga) e personagens bem desenvolvidos, Homem de Ferro 2 supera as grandes expectativas que o cercavam. Não é o melhor filme de super-heróis já lançado (ainda prefiro Homem-Aranha 2), mas, certamente, figura entre os melhores.
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