O canadense James Cameron já entrou para a história do cinema. Quando lançou “O Exterminador do Futuro” e sua seqüência “O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final”, chocou com suas ótimas cenas de ação e efeitos surpreendentes para a época. A seguir, com “Titanic”, um projeto que parecia fadado ao fracasso – o filme custou mais de 200 milhões para ficar pronto, estourando o orçamento inicial –, conseguiu nada mais nada menos que 600 milhões de dólares em bilheteria nos Estados Unidos e 1,85 bilhões no resto do mundo, ganhando, ainda, 11 Oscars no ano de 1998, se igualando a “Ben-Hur”.
Agora, 12 anos após Titanic, Cameron chega com Avatar, prometendo revolucionar a indústria do cinema com a sua nova tecnologia de câmeras – desenvolvida pelo próprio Cameron, em quase dez anos de pesquisa – e com o uso do 3-D estereoscópico.
A trama de Avatar se passa no futuro, no qual Jake Sully (Sam Worthington), um ex-militar paraplégico, é levado a outro planeta, Pandora, habitado pelo povo Na´vi, raça humanóide com língua e cultura próprias. É nesse lugar que ele lutará pela própria sobrevivência e pela vida dessas estranhas criaturas.
O visual do mundo novo criado por Cameron é algo impressionante. As plantas, os animais, os Na´vis – as criaturas azuis que habitam o planeta –, tudo, tudo aquilo que vemos parece muito, muito real. O trabalho que Cameron e Peter Jackson (de King Kong e da Trilogia do Anel) – os dois trabalharam juntos na produção de efeitos especiais do filme – é estonteante. Podemos perceber (em uma sala de cinema adequada, é claro) os poros da pele dos Na´vis, reflexos nos vidros dos aviões e tantos outros detalhes que nos fazem esquecer que tudo aquilo que estamos vendo não existe de verdade.
A história do filme é fraca. Cameron nunca foi muito bom de diálogos. Ele prefere jogar seguro, usando a velha história do “homem civilizado” que entra em contato com os “salvagens”, se apaixona por uma nativa e, numa futura guerra entre os povos, prefere ficar do lado dos novos amigos – sim, você já viu isso em “Pocahontas” e em “O Último Samurai”.
Isso, porém, é menor perto da experiência sensorial que o filme proporciona, nos jogando para dentro daquela terra selvagem, usando o 3-D de forma inteligente, como importante elemento narrativo. As cenas de ação são de tirar o fôlego e, mesmo em meio a todo aquele caos – a última batalha deve ter quase vinte minutos de duração –, nos situamos muito bem, sabendo onde cada personagem está naquele momento e o que está fazendo.
O trabalho dos atores também é muito bom, apesar de trabalharem com personagens estereotipados e algumas vezes caricatos – o Coronel Miles Quaritch (Stephen Lang), por exemplo. Nomes como Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez, Giovanni Ribisi, além do protagonista Sam Worthington também compõem o elenco.
Com Avatar, James Cameron finca de vez seu nome na história do cinema, talvez não pela sua cinegrafia mas pela nova tecnologia que desenvolveu. Avatar pode ser fraco quando se fala em estrutura de roteiro e de personagens, mas não a ponto de prejudicar o espetáculo que o filme é.
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