A primeira coisa que posso falar sobre esse filme é que sem ele diretores como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez não seriam absolutamente nada.
O diretor, Russ Meyer, famoso por sua fascinação por seios grandes (ou melhor, gigantes), tem sua filmografia composta por sátiras eróticas maliciosas de baixo orçamento, protagonizadas por atrizes chamadas por ele mesmo de "amazonas" devido a sua força, personalidade forte, agressividade e especialmente por serem mais poderosas do que os homens com quem dividem cenário.
Faster, Pussycat! Kill! Kill! É um explotation film do estilo Grindhouse, ou seja, possui em seus elementos principais: sexo, strippers, violência exagerada, sarcasmo e uma espécie de terror psicológico.
A década de 1960 era a época em que todos grandes diretores de Hollywood estavam tentando criar a nova hollywood, atrelados a nouvelle vague que ocorria na Europa e visando sempre se tornarem auteurs, escrever, dirigir, editar e produzir seus próprios filmes. Enquanto Coppola e Scorsese ajoelhavam para os grandes estúdios para conseguirem fazer seus filmes, Russ Meyer já se tornava um auteur, como seus filmes eram de baixo orçamento e faturavam bem, ele utilizava esse dinheiro para produzir seus próximos filmes.
Hollywood, apesar de tudo, demorou muito para aceitar Russ Meyer como um grande diretor (assim como demorou para aceitar que o mundo todo estava mudando e que as pessoas não queriam mais assistir grandes épicos hollywoodianos de 4 horas), somente a partir do sucesso de Easy Rider, que junto com Bonnie & Clyde marcou o início da Nova Hollywood, que Russ Meyer ganhou espaço nos grandes estúdios, mesmo não necessitando dos mesmos para o próprio sucesso.
O filme de Russ Meyer fez uma prévia de tudo que iria acontecer com os filmes americanos alguns anos mais tarde e serviu como inspiração para diversos diretores, em especial Tarantino, que faz sua homenagem as amazonas de Russ Meyer em Death Proof (com uma aparição especial do cartaz de Faster, Pussycat! na estampa da camiseta de uma das personagens) e podemos pensar até mesmo em Kill Bill com sua Bride.
Não há como descrever o filme, a violência, os elementos de filmes B como a filmagem em preto e branco, a facilidade com que as 3 go go dancers matam friamente e o contraste entre o selvagem rebelde (representando a contracultura dos anos 1960) das dançarinas e o jovem casalzinho americano que elas encontram fazem de Faster, Pussycat! Kill! Kill! não só um must-see, mas um must-see especial para fãs de Tarantino.
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