Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos, O
Tenho que admitir que, quando comecei a assistir UMA JORNADA INESPERADA, já sabia que não ia ser do nível da trilogia SENHOR DOS ANÉIS, ainda mais porque O Hobbit foi um livro que Tolkien escreveu para um público infantil. Ou seja, não teria o mesmo nível épico da primeira trilogia de Jackson. E foi exatamente isso que aconteceu: a nova trilogia é inferior, mas ainda assim proporciona uma diversão gostosa. Depois de dois filmes, chegou a hora da batalha final, A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS, o confronto entre orcs, anões, homens e elfos, a luta por Erebor, a queda de Smaug, etc.
Depois do final totalmente aberto de A DESOLAÇÃO DE SMAUG, todos os fãs de Tolkien e até os não-fãs esperaram arduamente o lançamento do desfecho. Esse é o melhor filme da trilogia prequel (na minha opinião). O porque disso é o seguinte: O Hobbit é um livro só e não muito longo, ou seja, não há razão para a história ser dividida em três filmes de mais de 2 horas, quase 3. O último filme não é tão longo; por isso, não sofreu tanto “enxerto” e tudo acontece em seu devido tempo, sem rodeios ou correria.
É nesse aqui também que as atuações estão mais convincentes, destacando as de Martin Freeman, Richard Armitage (surpreendeu), Aidan Turner e Luke Evans. A temática de ambição está muito mais presente neste. Pode-se dizer que é o principal tema do longa. A direção de Jackson permanece como foi nos outros títulos da trilogia. O que realmente incomodou na área do enredo foi o romance bem clichê entre Tauriel (Evangeline Lilly) e Kili (Turner), criando ciúmes em Legolas (Orlando Bloom). Esse romance é um apelo para o público jovem, já que não existe na obra de Tolkien. Fora isso e alguns diálogos clichês, o enredo está muito bom.
Chegamos na parte técnica! Primeiramente, o som está maravilhoso, totalmente imersivo (indico Blu-Ray para quem não assistiu nos cinemas). Não é à toa que foi indicado a Melhor Edição de Som. A trilha sonora é belíssima, como de praxe (mesmo que tenha se aproveitado da trilha da primeira trilogia). É aí que entra o visual! Essa parte é complicada. Os cenários estão lindíssimos, mas praticamente tudo é cgi: orcs, animais, fogo e até a água. Tudo parece um jogo de videogame, enquanto em SENHOR DOS ANÉIS temos cenários e criaturas muito realistas. É estranho analisar isso porque realmente sentimos a regressão de longe. E para disfarçar esse “mar” de cgi, a equipe de efeitos botou muito brilho em algumas cenas, assim como aconteceu em A DESOLAÇÃO DE SMAUG.
O HOBBIT: A BATALHA DOS CINCO EXÉRCITOS é um filme com um enredo fiel à obra de J. R. R. Tolkien, com um final emocionante, relembrando o início de A SOCIEDADE DO ANEL. Possui algumas alterações já presentes no longa anterior que não agradam tanto, trilha e efeitos sonoros magníficos e um visual demasiadamente computadorizado que incomoda. É o melhor da trilogia O HOBBIT e só nos resta esperar para ver se algum diretor ou o próprio Jackson produzirá mais algum título inspirado nas obras de Tolkien, talvez Contos Inacabados. Tomara que vejamos mais uma vez a Terra-Média nas telonas, porque senão fará muita falta.
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