Quem gosta mesmo de faroestes deve saber que o auge desse estilo foi na década de 60. Não só tivemos a clássica Trilogia dos Dólares de Leone, como também surgiram BUTCH CASSIDY, ERA UMA VEZ NO OESTE (também de Leone), etc. Os clássicos estão aqui, nesta década. No meio dessa enxurrada de caubóis e pistoleiros, encontramos BRAVURA INDÔMITA, dirigido por Henry Hathaway (NEVADA SMITH), estrelando o lendário John Wayne, baseado no romance de Charles Portis.
O filme fala sobre uma adolescente que teve o pai assassinado por um bêbado conhecido por ela como Tom Chaney. A jovem Mattie Ross (Kim Darby) contrata o xerife alcoólatra Rooster Cogburn (Wayne) para ajudá-la a vingar seu pai capturando Chaney. No meio disso, entra LaBoeuf (Glen Campbell), um policial do Texas que pretende capturar o mesmo e mandá-lo a sua terra para ser julgado por outro crime. Mesmo com muitas discordâncias, o trio parte em busca do covarde.
O enredo é equilibrado: tudo é bem arrastado e enrolado na primeira metade e na segunda, tudo acontece muito rápido. Os diálogos são muito bons e divertidos com o humor que o longa traz. A relação entre Cogburn e a jovem Ross vai crescendo ao longo do filme; isso exige boas atuações. Darby deixa um pouco a desejar, mas Wayne está praticamente impecável como o velhote mal-humorado. Campbell também cumpre seu trabalho com maestria e as cenas de diálogo entre LaBoeuf e Rooster arrancam boas risadas com a troca de ofensas.
Já os coadjuvantes ficam bastante desbotados. O próprio vilão interpretado por Robert Duvall (outra lenda do cinema) foi pouco explorado. Mas isso é até aceitável, já que o filme foca nas relações dos protagonistas. A ambientação está maravilhosa, vasta e colorida, combinando com a época, assim como o figurino.
Bravura Indômita é um filme bom, que foi ofuscado pelos lançamentos do ano e da própria década. Possui boas atuações, um roteiro divertido e bem trabalhado, desenvolvendo a relação entre os três heróis, com um final que talvez seja o ponto mais forte do filme justamente pelo trabalho competente de Wayne. É fiel à época em que se passa e só perde realmente pelo começo arrastado e cansativo. Mas fica longe dos faroestes citados acima!
Estes filmes mais "limpos" do gênero nunca me agradaram muito. Mesmo os melhor. Talvez por isso eu prefira o remake...
Prefiro mil vezes esse do que o remake.
O remake realmente não é tão impactante. Mas acho que a direção dos Coen combina mais com o enredo e os atores (Bridges e Damon principalmente) despertam maior interesse ao telespectador. Independente da versão, Bravura Indômita é bem inferior a alguns clássicos faroestes, como Butch Cassidy e vários outros.