Embora eu tenha gostado muito de "Os Infiltrados", eu acharia mais justo "Babel" ter vencido o Oscar de Melhor Filme. E eu explico os meus motivos:
Babel é um filme com histórias paralelas e núcleos totalmente diferentes. Por conta disso, fica muito difícil encaixar essas histórias de maneira que todas venham a ter um atrativo junto ao telespectador nesse sentido, e o diretor Alejandro González Iñárritu foi muito feliz nesse aspecto, fazendo todas as histórias passarem com exatidão os seus objetivos e suas cargas dramáticas. O mais interessante é ver durante o filme as mudanças de núcleo acontecerem de uma forma tão leve e natural, que o telespectador sequer se dá conta disso. É de fato impressionate!
Muitos insistem em afirmar que a história da ótima "Rinko Kikuchi - Chieko" não tem muito haver com os acontecimentos atuais que vão ocorrendo na história. No entanto a arma que dá início a toda a história, pertencia ao pai dela... Então é óbvio que existe uma ligação, mesmo que indireta. Achei mais do que justa a criação do polo japonês em Babel, mesmo porque esse é um tipo de filme que deixa muitas lacunas em aberto. A jovem Chieko é uma jovem complexada por ser muda e surda e sofre por conta da morte da mãe. No entanto, a morte da mãe de Chieko não é bem explicada no filme, daí é que entra a nossa imaginação, afinal sabe-se lá qual é o real histórica dessa arma... A julgar pela inteligência do filme e por tudo que fica nas entrelinhas, eu acredito numa ligação bem séria entre a arma, o pai de Chieko, a mãe de Chieko e a razão de todo o sofrimento da jovem. Seja como for, o fato é que o núcleo japonês explica a origem da arma, assim como dá as deixas de um crime muito pouco esclarecido para os telespectadores. Uma jogada genial para mexer com a cabeça das pessoas, fazendo-as pensar em todas as possibilidades possíveis. Por fim, Chieko passa um bilhete misterioso para um Detetive local, bilhete esse que "coincidentemente", como os demais mistérios desse núcleo, não tem sua mensagem revelada para os telespectadores. O que haveria naquele bilhete? Porque a expressão de pena do Detetive ao lê-la? Seria algo relacionado a mãe de Chieko, a ela própria, ao pai ou a tão falada arma? Mistérios que só engradeçem esse maravilhoso filme e que nos fazem refletir, afim de juntar as peças desse misterioso quebra-cabeça.
As atuações nesse filme são espetaculares. Rinko kikuchi e Adriana Bezarra deram um verdadeiro show. Brad Pitt e Cate Blanchett também tiveram atuações impecáveis, assim como Gaëll Garcia Bernal e os meninos do núcleo Marroquino. Uma aula de interpretação da parte todos!
É até engraçado, mas confesso que não consigo me lembrar da trilha sonora vencedora do Oscar desse filme. O filme é tão intenso e envolvente nas passagens de núcleo que eu não me dei conta da trilha sonora. Mas não me lembro de ter escutado nada desagradável, pelo contrário, a trilha sonora caiu perfeitamente com todas cenas, logo eu acredito que o prêmio seja justo.
Para finalizar, falarei sobre limites superados por alguns personagem nesse filme: Chieko lutava contra os limites físico-corporais, afim de se tornar mais aceita pela sociedade; Cate Blanchett lutava contra a o limite da vida, afim de evitar a morte; Adriana Bezarra tinha teve pela frente os limites geográficos e as consequências desses; por fim os meninos marroquinos são enlaçados pela linha tênue que os separa da incosequência e da responsabilidade.
É super aconselhável assistir Babel. O filme é muito bem elaborado,super bem dirigido e de grande inteligência. Um quebra-cabeça que vale muito à pena assistir.
Comentários (0)
Faça login para comentar.
Responder Comentário