- Direção
- Roteiro:
- Ryûsuke Hamaguchi (roteiro)
- Gênero:
- Origem:
- Estreia:
- 11/07/2024
- Duração:
- 106 minutos
Lupas (6)
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Em primeiro lugar Hamaguchi precisaria aprender muito com Apichatpong e Naomi Kawase em como filmar a floresta e conseguir dar vida e alma à ela. Seu filme é deliberadamente morno e frio, exceto por seu único grande momento que é exatamente a reunião com os moradores. A metáfora do final parece formulada por uma criança e para que ela minimamente se sustente, devo aceitar que o ser humano, igual aos animais, não possui racionalidade.
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Parece que não começa nunca. A abordagem contemplativa não funciona bem pra história, e apenas o debate na apresentação do projeto pros moradores injeta algum fôlego à narrativa.
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Hamaguchi parte de uma premissa simples sobre a conexão entre o homem e a natureza para nos dizer que os seres humanos em sua conquista capitalista estão eventualmente se destruindo. Um filme enigmático que ganha nuances desconfortáveis, com personagens tomando decisões questionáveis, à medida que a narrativa avança.
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Um lugar bucólico vulnerável ao interesse do grande capital parece um roteiro simples. Mas aqui tudo é muito funcional, o tom intimista ao filmar a natureza, o rio, o cervo, tudo tem um porquê dentro da trama. A natureza pode até parecer algo contemplativo, mas é a sua simbiose com os seres humanos que vão formando nossas identidades, desde o apego ao pertencimento à região ou sua nec saudade pela sobrevivência, à oportunidade de negócios, vista com hierarquia. A natureza, como dá fábula do rio
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Como estragar um filme com um final "aberto"
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A natureza em todo o seu esplendor, sua calma, seu efeito hipnótico. A harmonia entre o ser humano e o espaço em que vive, uma existência quase fora do tempo, de um calor acolhedor enquanto respiro da consciência. Então chega o capitalismo cínico e destrutivo, uma força que não se importa com a excelência da natureza, nem com a harmonia da coisas, muito menos com as pessoas e seu modo de vida. Ryûsuke Hamaguchi realizou um filme político, contemplativo, reflexivo e esteticamente impecável.