Tinha potencial pra muito mais, tem escolhas que não deram certo.
O foco é no relacionamento e na amargura de Bonaparte, mas são as batalhas que ficaram mais interessantes - preferir bobaginhas e desejos ao invés da potência político-militar é inacreditável!
Tem momentos bons, como o encontro com Tutankhamon, mas várias vezes pega um ar de galhofa terrível.
Phoenix é bastante culpado por isso, ator vacilante e cheio de dedos, traz detalhes que atrapalham muito.
Ao invés de trilhar um caminho com artefatos do cinema moderno, foi decidido manter algumas cenas recortadas de guerra sem grandes novidades e que já nascem datadas. O roteiro não se mostra atraente, o filme possui um ar novelesco que deixa muito a desejar e a profundidade da relação entre o protagonista e sua amada Josephine não consegue se estabelecer de forma clara. Enquanto alguns acreditam que Scott tenha perdido a mão, prefiro acreditar em um mero deslize...
Ridley Scott apresenta Napoleão, desde seu início, apogeu e fim, mas muito mais focado na sua errante relação com sua esposa do que propriamente nas suas conquistas ou métodos bélicos que chocou e admirou o mundo de sua época. E são nesses quesitos que o filme falha de maneira frustrante, já que tudo parece apenas jogado na tela sem causar grande entusiasmo deixando para a parte técnica e visual (principalmente nas batalhas no gelo) seus melhores momentos, mas cores mais vivas não seriam ruim.
Problemas com a verosimilhança, em especial nas batalhas, não me incomodaram nem um pouco (talvez as cenas no Egito e algumas passagens na própria França sim), mas isso não deixa o novo filme do Ridley Scott livre da decepção. Entre risos involuntários e cenas constrangedoras, ficava me perguntando como alguém que chegou a dirigir "Gladiador", este sim um épico, mesmo com suas falhas históricas, pode conceber um trabalho como esse. Salvam-se aspectos técnicos, porque o roteiro e o diálogo...