- Direção
- Kitty Green
- Roteiro:
- Kitty Green
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Estados Unidos
- Duração:
- 87 minutos
Lupas (6)
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O mundo corporativo de Hollywood sendo dissecado em pequenos detalhes que assombram, mas não surpreendem. Ambiente predominantemente masculino onde assédio, acobertamento e omissão andam lado a lado criando um ciclo vicioso sem perspectiva de mudança.
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O realismo, os detalhes, a paciência, o roteiro denúncia sem ser estridente. Um grande pequeno filme. O machismo é um câncer que se espalha de forma cultural, e não é velado. É na cara mesmo.
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Um dia que parece não ter fim. E digo isso como uma qualidade porque o filme transborda agonia, sufocando cada vez mais, protagonista e espectador. A atuação principal é ótima, uma personagem que se vê presa entre um ambiente tóxico de trabalho e a busca de ascensão profissional. Como dizem hoje em dia, quem nunca? Mas a pergunta que não quer calar é: até quando?
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Green se mostra surpreendente em capturar detalhes essenciais para compor a mensagem central e a própria persona de Jane. Se, por vezes, fica praticamente impossível se conectar a qualquer outro personagem secundário, a protagonista é gradativamente bem delineada: conhecemos seus anseios, receios e conflitos - e Julia Garner acompanha essas sutilezas de maneira excelente, em uma interpretação contida e angustiada. O silêncio, o conformismo e a conivência são desesperadores. (IG: @filmaccro)
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A rotina de trabalho de uma assistente de uma produtora novaiorquina é permeada por abusos e um cinismo gritante no que tange às relações desenhadas entre os componentes do mercado cinematográfico. Garner está comedida, bem encaixada no que a personagem pede, e nos desperta o sentimento de empatia por tudo que atravessa, enquanto seus colegas, todos homens, resumem babaquices machistas que se repetem aos montes por aí.
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A paciência no exercício de detalhes torna a inércia, tanto pessoal como de eventos, um grande acúmulo de angústia e opressão. O discurso se ergue implicitamente na casualidade do absurdo, da rotina forçada, da exploração patriarcal, da hierarquia de egos machistas.