Um mistério insolúvel, bizarro e surreal, que ao final, deixa mais dúvidas do que entrega respostas. O clima de paranóia e perigo eminente, assim como a boa atuação de Armie Hammer fazem valer a conferida.
Me incomoda o artificialismo da atmosfera. A tensão parece não vir das situações mas de uma mão pesada na edição e no som. Tem boas ideias, gosto das longas cenas no bar, o protagonista com sua gradual loucura é bom.
Quando sua principal argumentação toma o devido espaço e nossa curiosidade alcança enfim seu ápice, a narrativa apresenta uma dificuldade nítida de se explicar por completo. O que mais incomoda é que não há nenhuma tentativa para tal. Essa ausência é tão grave que faz terminar tudo no zero a zero.
O roteiro aposta no horror físico trash e em metáforas para contar uma história atemporal sobre uma jornada ao vazio de uma boa aparência que busca incessantemente o prazer e a satisfação. A direção consegue transpor com muita eficiência toda a bizarrice e gera estranhamento intencional a todo o instante, sem se dar ao trabalho de se explicar a parecer palatável ao público. Então não é indicado para os que acham que terror se resume a um plot padrão em que os propósitos narrativos são explícitos