- Direção
- Ken Loach
- Roteiro:
- Paul Laverty
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- Bélgica, França, Reino Unido
- Estreia:
- 27/02/2020
- Duração:
- 100 minutos
Lupas (12)
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Como alguns outros filmes de Ken Loach, o elenco é formado por atores desconhecidos e não atores. A ausência de estrelas torna mais fácil para o público acreditar que os personagens são pessoas comuns.
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Um soco no estômago muito mais forte do que "Eu, Daniel Blake", já que além de falar sobre a precarização do trabalho, expõe o drama familiar, a falta de tempo e de perspectiva, o quanto tudo ao nosso redor é afetado: a saúde, a educação dos filhos, o sono, o relacionamento conjugal. É tão multifacetado mas ao mesmo tempo, tudo muito equilibrado, e com tempo para cada personagem. Nem tanto a direção, mas o mérito vai pro grande roteiro. Filme urgente!
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Ken Loach nos brinda com um dramático filme de temática universal sobre a precarização das relações trabalhistas e suas consequências sociais. Em tom de denúncia, humano, intimista e muito contemporâneo.
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Filme-irmão de Eu, Daniel Blake e assim como este, acima de tudo, uma crítica voraz ao capitalismo. Tem o mesmo problema de exagerar na carga dramática, mas aqui o roteiro ao enfocar especialmente a exploração em um sistema de trabalho uberizado tem mais sucesso do que no outro filme. O ator principal é bom, mas a atriz principal acabou me desagradando um pouco.
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Mais um soco no estômago de Ken Loach, e super atualizado. As denúncias sobre a vulnerabilidade do trabalhador frente à "uberização" do trabalho são potencializadas num comovente drama familiar onde a rotina e o acúmulo de problemas são sufocantes. E muito tangível pra quem já passou por algo parecido. É revoltante esse nível de precarização com tamanha cara de pau no discurso empreendedor. Obrigado por mais esse filme denúncia foda, camarada Loach!
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O capitalismo está cada vez mais cruel e selvagem. Os exploradores fabricam ilusões que visam uma escravidão moderna da classe trabalhadora. O neoliberalismo é uma mentira que canalhas e idiotas insistem em vender. As crises econômicas surgem o tempo todo, mas são os miseráveis que pagam a conta. A uberização do trabalho está a todo vapor, a elite festeja. Se na Europa a tragédia se revela tão absurda e desumana, imagina quando ela envolver por completo o Brasil? Onde isso vai parar?
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Criar uma história sobre um homem honesto e trabalhador, mas superazarado, que ainda leva a culpa por seu filho ser um irresponsável inútil, é simples (há milhares delas); o problema é dar um desfecho bom e coerente para ela. É exatamente aí que o filme desanda, preferindo covardemente deixar o final aberto, para que o espectador imagine o que algum destino naturalista decidirá (talvez ainda se descubra um conluio do próprio menino, do nada arrependido, com os assaltantes de endividaram o pai).
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Loach consegue repetir suas fórmulas sempre trazendo algo novo às suas discussões. Este no entanto, me incomodou por possuir um olhar um pouco vitimizado para o trabalhador, coisa que ele sempre faz com menos contundência e talvez por isso seu cinema seja tão interessante, por não ser panfletário ou hasteador de bandeiras. Ainda sim o conto de Ricky conseguiu me envolver.
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As inclinações de Loach se tornam muito intensas nesse exemplar. Seu olhar humanizado aos personagens é doce, mas também reveladores por Loach trazer momentos de doçura que contrastam perfeitamente com a dureza que irrompe o círculo familiar. De outro lado, seu pessimismo é evidente ao arbitrariamente, em seus momentos finais, manipular situações de maneira catastrófica para que nos solidarizemos com os personagens.
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"Cinema humanista", haha. Não entendem nada da mensagem de Loach mesmo: o capitalismo precisa acabar. A obra inteira do cineasta se ancora neste aspecto, e ainda é pouco compreendido por muitos cinéfilos. Os trabalhadores não têm pátria, da Inglaterra a qualquer outro canto do mundo.
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Ricky é um irmão mais novo de Daniel Blake, atingido em cheio por uma cruel política de relações de trabalho em que os graúdos se estufam ainda mais e os peixes pequenos só encolhem. Outra vez, Loach se une a Laverty para um cinema de denúncia e elucidativo para o cidadão que acha a Europa o lugar onde tudo funciona às mil maravilhas.
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Da falácia de ser seu próprio patrão e ter sua autonomia, o que na verdade custa uma jornada de trabalho doentia e desestrutura por completo a vida dos indivíduos e das famílias. Loach repete fielmente o estilo e a estrutura utilizados em "Eu, Daniel Blake" (são filmes gêmeos), porém nesse novo trabalho , mesmo que contundente, não alcança o mesmo vigor dramático de seu predecessor.