As experimentações visuais e artísticas provocadoras de Welles soam da mesma maneira geniais e herméticas, levando a obviedade de perceber que o filme em si não foi montado e terminado como poderia. Ainda assim, um prazer acompanhar nos dias de hoje uma pérola perdida como essa.
Filme altamente caótico. Mas é tão caótico que já me parece quase impossível compreender sua proposta meta-linguística. Difícil saber se esta era de fato a real intenção de Welles mas conhecendo um pouco de é bem provável que o resultado passse bem próximo do que ele imaginava mesmo.
Um tanto vaidosamente confuso, afinal, algo que acaba dialogando com esse caos do fazer cinematográfico, particularmente hollywoodiano, moldado por uma metalinguagem quase irresistível, recrutando o estilo e a vibração de Orson Welles a cada momento.
Melhor metalinguístico de Hollywood já feito! 2 gigantes da "velha guarda" (Welles e Huston) e um apóstolo (Bogdanovich) refletindo esse universo, bastidores, exposição, e confrontando/satirizando c/a Nova HW, sua pegada experimental e erotização da mulhe
Welles colheu o que plantou. Objetificou e agora é objetificado, se autoflagela através da imagem e do som, do espaço e do tempo. Quis impor a arte acima de todos e acabou por reduzi-la a nada. E descobriu o que significa. Agora é posse dos outros.
Pergunta imediata pós-filme: o que teria visto se Welles fosse vivo? A resposta óbvia vem como reflexo também, mas entre dúvida e fascinação temos de consolo um exercício excitante em forma de grande filme. "Maybe its just talking about making the movie".