A gag dos 3 min iniciais, sobre a qualificação de operadores de telemarketing indicou um roteiro inteligente que, enquanto se manteve irônico e expondo a hipocrisia das pessoas ("como você, vendendo droga de arte para gente rica" ou "Cola anunciou parceria com Rose, a heroína boca suja"), funcionou bem. Porém, quando Riley passa a se utilizar da "crítica pela crítica", metaforizando a idiotização do povo, a sequência narrativa se perde e o filme fica confuso, principalmente no final abrupto.
O roteiro acentua o tom de charge e apresenta certas doideiras que nem estão muito distantes da realidade, provando que o humor ácido é uma arma e tanto. Stanfield lidera o elenco afiado e, à parte algumas quedas de ritmo, há muito o que se apreciar nessa narrativa sobre convulsões sociais.
Ser panfletário e levantar bandeiras insistentemente para presenciar o constante conformismo de uma sociedade vazia. Pois bem, pegue toda essa obviedade e toque o foda-se completamente. Quem sabe assim é possível incomodar um pouco.