Interessante e estranho suspense, utilizando a loucura como muleta pra criar mistério, intrigando bem com os gêmeos invertidos.
Pena que o final era previsível, podia ter fugido dele.
E sem aquela cena assustadora no quarto escuro, por favor.
Típico thriller delicioso de cortinas fechadas e dizeres por dizer, sussurrados senão através de intenções sexuais no desdobramento alucinante de um jogo eletrizante de perseguição, e paranoia, no melhor estilo 'Eyes Wide Shut'. Ozon é o cara.
Ozon dessa vez não caminha para um plot previsível e nem exorbitante. A trama, no entanto, passeia por vários arquétipos de cinema mas finaliza de forma segura.
Ozon erige uma atmosfera bastante tensa e asfixiante com toda sua estranheza onírica nesse jogo de espelhos, ao mesmo tempo em que constrói um dos filmes mais debochados do ano. Sabe-se lá como, mas deu certo.
Ciente do roteiro espalhafatoso que tinha em mãos, Ozon opera no limite entre o sensual, o farsesco e o simplesmente brega para extrair algum interesse sobre o filme. Dá certo ocasionalmente, mas o todo se crê muito mais do que realmente é.
Ozon descortina desejos ocultos de sua personagem para uma brincadeira de gênero que até diverte, pena não ir muito além disso como toda a trama quer dar a entender.