O roteiro de um romance aborígene é simples (como toda a obra em si), mas desenvolvido com certa sensibilidade pela direção (e contando com atuações até convincentes do povo local), que se preocupa também em mostrar crenças e tradições da tribo Yakel (não muito diferentes de outras culturas indígenas, que ainda se mantêm "selvagens"). As paisagens naturais desabitadas da Austrália e Vanuatu engrandecem as cenas. No entanto, faltou emoção e a história soa mais como documentário antropológico.
O exotismo que salta aos olhos urbanos e ocidentais é apenas um invólucro para uma história de conflito entre o tradicional e o diferente, tão vivo em qualquer cultura. Em meio as deslumbrantes paisagens da ilha de Vanuatu - uma das várias que compõem a Oceania - os diretores borram as fronteiras da ficção e propõem um olhar para um povo que soube rever em parte suas idiossincrasias.
Temos duas vertentes para nos encantar em Tanna, desde o simples estudo antropológico das tribos e suas peculiaridades curiosas a nossos costumes e a desesperança e tragédias de tradições que ceifam vidas. A cena do beijo no vulcão é muito visual.
Tragédia de amor clássica, sem maiores surpresas, deixando o ambiente e cultura das tribos oceânicas ser a novidade.
Impressiona mesmo é a imponência do vulcão. Que estrondo, o trovão reverbera e vem a lindeza do fogo incandescente!
Bela foto !
É interessante por ter uma cultura pouco conhecida como sua força motriz, principalmente ao manter o idioma da tribo e utilizar a população local para realizar o filme. No entanto, falta intensidade (e cinema como elemento mesmo) para torná-lo memorável.
O estilo visual é interessante e apesar da clichê história de amor a lá Romeu e Julieta, existe uma preocupação em inserir uma nova discussão dentro de uma cultura arraigada em conceitos tradicionalistas sem com isso condenar a visão daquela comunidade.