Mais que um exercício de observação, o documentário de Rossi é um olhar cheio de humanidade para gente que parte em busca de uma chance rumo à ilha de Lampedusa, a poucos quilômetros da África. Também há espaço para conhecer um pouco da rotina de pessoas comuns, com seus problemas cotidianos, numa estética de aproximação que nos faz sentir íntimos de uma senhora fofa e de um garoto travesso.
Rosi opta por não apelar aos dramas dos refugiados, mas quando esses dramas aparecem é impossível ficar indiferente. Toda essa situação histórica e dramática contrasta com a ainda vida pacata e rotineira dos moradores da pequena ilha.
A ideia de contrapor a situação dos refugiados com o pacato dia a dia dos habitantes da ilha é boa. O problema é que a execução carece de foco, passando, até certo ponto da projeção, a sensação de que não havia certeza sobre o que se queria dizer.