Entende-se porque o filme foi ignorado por Hollywood e a crítica lhe torceu o nariz, dá uma aula para documentaristas e jornalistas brasileiros produzirem seus trabalhos: ignore inúmeras opiniões contrárias e pegue apenas uma favorável à sua ideia, nem se preocupe em autenticar nada, comemore bastante o barulho causado, se der errado, se vitimize e culpe a fonte pelo erro. Pena que lá não colou (aqui não tem problema). Roteiro bem contado nas cenas, direção uniforme, com atuações convincentes.
Pensei, vai ser mais um filme chatinho sobre política e jornalismo, ledo engano, vai muito mais além, e no íntimo sobre o empoderamento feminino, e como isso é visto por algumas pessoas desprezíveis, em um breve momento, enquanto Mary lê comentários degradantes sobre ela e o fato de ser mulher, triste... Lindo filme... Que triste, final me deixou com o s2 apertado... Que injusto...
Mais um filme sobre o verdadeiro jornalismo, mas especialmente um filme sobre as consequências de se buscar o verdadeiro jornalismo. Os bastidores da politicagem midiática e um pertinente espectro da informação em um mundo conectado.
A guerra verbal em paralelo à guerra política com diálogos afiados e mais um show de talento de Blanchett, que domina a história por volta de sua metade. Pena que, com isso, o grande Redford vá ficando raro em cena.
Inevitável a comparação com Spotlight, o que não é problema, principalmente por ambos serem obras expressivas, com narrativas fortes e bem construídas, além de trazerem mensagens fundamentais e impactantes. Mas aqui temos Cate Blanchett.
Spotlight foi bastante incensado por sua abordagem do jornalismo, mas aqui temos um filme ainda mais poderoso na abordagem do tema (claro que aqui é o jornalismo televisivo), suas virtudes, limitações e manipulações, ancorado por Cate Blanchett.