Lupas (70)

Legítimo conto macabro de bruxas, bem ambientado e narrado, cheio de simbolismos e gore pontual que constroem um filme deliciosamente lento e atmosférico. Não é assustador, é uma celebração do caos instaurado pelo fanatismo religioso que tanto mata.

Psicologicamente perturbado, mas necessitava de mais elementos do terror.

Sua aura angustiante traz à tela uma trama com uma densidade e um ritmo peculiar para o gênero, dando-nos um sentimento de horror verdadeiro. Além disso mostra uma jornada à insanidade, assim, desmistificando o mito das bruxas.

Para quem lotou as salas de cinema na espera de monstros e jump scares, decepção. Para outros, uma experiência ímpar, capaz de proporcionar um pouco do que Polanski e Kubrick conseguiram décadas atrás, por meio da sugestão e do simbolismo. Perturbador.

Antes de ser um filme de terror, 'A Bruxa' é uma alegoria sobre fanatismo religioso e, principalmente, patriarcado e libertação feminina. Não é assustador, mas é um filmaço, e Thomasin é uma das personagens mais icônicas do gênero na última década.

A manifestação do mal em sua essência.

Fantástico conto de bruxas que, por meio do oculto e do ambíguo, constrói uma linguagem cheia de alegorias sobre a crença religiosa, libertação feminina e o rompimento entre o bom e o mal, realidade e ficção, sempre poético em sua viagem ao diabólico.

Da profanação da religião e da família, temos uma representação do mal saindo vencedora. Destaque para a fotografia que dá o tom atmosférico necessário para a trama, que poderia ter ido mais além mas é bem satisfatório.

Um conto de fadas de horror. Há tempos que definições como essa não soavam tão certeiras. Ah, e tem um belo núcleo familiar no meio, construído de forma singela e crua. E aparentemente, isso é o mais assustador.

É particularmente interessante para o bem e para o mal, pois mesmo optando por um terror mais discreto e sutil, também peca pela música exagerada e pelo tom acidentalmente cômico em algumas passagens. Mas cria um ótimo arco de opressão e obsessão.