Delicado e singelo. Profundamente humano na sua poesia do cotidiano. Complexo nas emoções, nos sorrisos fortes e nas lágrimas de ternura. É sobre as relações familiares, a herança que recebemos, os laços que surgem pelo sangue, pelo tempo. Entre erros e acertos. A vida como ela é. Filme encantador!
A história é simples, e o roteiro faz questão de não inventar nenhuma "evolução", para mantê-la assim; e apenas as relações familiares (e a frieza deles) importam para pintar um quadro poético. Dessa forma, a direção mantém o mesmo clima "familiar" (sob boa trilha sonora) durante toda a apresentação; no entanto, a falta de algum "acontecimento" mais importante, deixa a narrativa um pouco enfadonha por vezes, mesmo que as atuações convincentes (destaque maior para Hirose e Ayase) minimizem isso.
Sem recorrer a grandes conflitos ou drama excessivo, Kore-eda transformou os sucessivos rituais culinários dessas quatro irmãs em territórios mágicos de encontro, amor e compreensão. Lindo filme!
Koreeda novamente emulando,em sua reverência mais nítida, o cinema de Ozu.Koreeda consegue trazer um misto de alegria e tristeza, dor e apego nestes relacionamentos familiares que fazem jus à seu homenageado.Pequena pérola, sem clímax,onde vale é observar
Outra parte do infinito universo japonês sobre a família.
Sensível e atraente, nunca te cansa, resolve situações com simplicidade e lógica e coloca o respeito e a convivência como o coração de tudo.
Como é a verdade dos bons lugares.
O cotidiano após o choque, os efeitos da ausência no ambiente familiar japonês, a adaptação, o poder do passado, tudo filmado com a naturalidade de Koreeda, conseguindo manter terno até os momentos mais duros do dia-a-dia real. A vida continua.