Com uma trama previsível e sem nenhuma consistência (os personagens são caricatos e o protagonista não inspira qualquer credibilidade), o roteiro apela para um certo humor negro para não cair na mesmice de um olho por olho forçado, mas não funciona.
Não é o que se espera de um filme nórdico: ao sair da sessão, a primeira palavra que vem à cabeça é espetacular. Pode-se pensar mesmo que Hans Petter Moland, diretor deste thriller, inseriu ali não poucas piscadelas em direção a Quentin Tarantino.
Kraftidioten vai muito além de seu enredo de vingança quando explora habilmente comportamentos e relações humanas. Um inventivo 'western' escandinavo, de humor sagaz e cenas de ação primorosas. Um belo divertimento que merece destaque.
Como não pode ser bom um filme com o Bruno Ganz de mafioso e se metendo em um tiroteio? Aqui, ao contrário de Fargo, filme com o qual tem algumas semelhanças e que eu tenho ressalvas, o humor negro funciona plenamente, em uma série de situações bizarras.
Cheio de gags narrativas (o gangster vegano) e visuais (aos anúncios das mortes), O Cidadão é puramente tarantinesco - aos moldes noruegueses, é claro, mas tão cheio de sangue, humor negro e um roteiro mirabolante e criativo quanto. Porralocagem das boas.