Samba não pretende ser um tratado político, nem menos um filme denúncia sobre a condição dos imigrantes ilegais na França e por isso merece meu respeito, por inserir uma condição social latente na vida de seus personagens e assim delimitar a condição social como um pano de fundo. Algumas escorregadas na direção são visíveis mas de certo que o filme não cai em soluções fáceis ou em melodramas baratos.
A realidade complexa dos imigrantes na Europa ganha contornos de drama cômico aliçercado no carisma de Sy, em bela química com Gainsbourg. Por sua vez, Rahim é um belo ladrão de cenas, caprichando no sotaque português e mostrando seu gingado. No roteiro, momentos previsíveis que não fazem mal a ninguém e até deixam mais leve após a sessão.
Consegue ser tão bom por incluir o tema sem transformar em crítica social,criando uma história boa de acompanhar com a imigração como parte,sem pregar ideais - o verdadeiro cinema.
Cai muito bem nesse momento de tanta discussão sobre o tema.
Um microcosmo da condição de imigrante numa metrópole européia. Extremamente relevante na atual conjuntura. Sensível sem ser piegas, acerta no trato leve das relações humanas numa atmosfera de tanto drama e tensão. Enredo previsível, mas não compromete.
Os diretores seguem a mesma linha de Intocáveis, porém fazendo deste Samba um filme mais sério que se aprofunda melhor nas questões sociais sem abandonar os momentos leves e engraçados.