Lupas (10)

Por mais que o filme tenha um ritmo arrastado e sub-tramas que não leva a lugar algum, ele se destaca pelos belos enquadramentos de câmera de Albert Lewin, auxiliado por uma fotografia esplêndida, que nos traz a sensação de que estamos vendo um quadro em movimento. É também interessante o texto misturar filosofia, mitos antigos e arte para discutir o poder de uma paixão, e tudo isso encabeçado pela beleza avassaladora de Ava Gardner.

Sinceramente as únicas coisas que me agradaram foram a movimentação da câmera de Lewin e da belíssima coloração do TechColor. Já James Mason com sua cara de louco perdido no mundo é mais do mesmo.

www.philamuseum.org/collections/permanent/51288.html

Obra pomposa de um fôlego só. É analogia direta a Powell e Tourneur, especialmente, mas é também o poder do fullscreen que no séc. 21 Wes Anderson tanto honra, mas não chega perto de conseguir magia semelhante.

Embora a parte técnica seja boa, o roteiro não ajuda. Assim, o filme se arrasta em cenas desnecessárias e situações improváveis.

A mistura do mito e o real, com a fotografia estupenda a todo instante, nos deixam ligados o tempo todo, mesmo sem ter nenhuma surpresa. Grande trabalho de Albert Lewin.

Ava,intensa e encantando homens,tem o seu grande momento ancorada nessa vila fantástica. O primor visual completa a excelente mixagem de lendas,que eleva as duas,combinadas ficam ainda mais interessantes. Excelente maneira de narrar um flashback.

"Nenhuma obra de arte está completa até que o elemento do acaso seja inserido nela."

Devastador.

23/05/14