Lupas (19)

Filme problemático, repleto de mistério e de uma carga extremamente pesada. Na realidade é disso que o cinema brasileiro precisa, experimentações ousadas, direção e condução firme, sem medo de ousar. Só poderia não existir a personagem da Sandy ali, né.

Enredo nebuloso, não leva a nada, atuações medíocre de ANTONIO FAGUNDES, aliado a uma beleza enjoativa de SANDY LEAH, torna o filme um arrastão desesperador.

Mistura habilidosa de ocultismo num plano real.Utilizando a atualidade,um estranho 2013,marcado por objetos velhos ajudando a criar o clima de passado. Há sequências destacadas,climáticas,como o jantar,a benzeção e o ritual final - a toada marca.

Disfarçado de cult e misturando vários conceitos e ideias de suspense e terror moderno, mas sem ter uma trama coerente mais específica, o filme anda, anda e não sai do lugar.

A construção psicológica do protagonista nos remete à O Iluminado, e o clima atmosférico nos deixa apreensível em alguns momentos, mas é inevitável não criticar algumas das piores atuações dos últimos anos.

Em uma ambientação tão limitada, as cores ditam o incomum, o misterioso. Revelar o que há por trás da loucura é confrontar a própria sanidade. E testemunhar Sandy cantando músicas demoníacas é algo que vai ficar engessado na minha cabeça.

Com uma trama um pouco arrastada e confusa, o filme aposta em um terror que nunca se afasta da realidade e o resultado são cenas eficientes e atmosféricas. Bom filme.

A causa do protagonista é escondida até o último minuto e quando revelada, ainda que nobre, não causa impacto algum. Mesmo sendo bem trabalhado em construção de cenas, poucas vezes assusta ou faz jus ao suspense. Saldo positivo, porém, fica a desejar

Grande exemplo de horror brasileiro que usa do baixo orçamento e estética independente para alcançar a pureza e os símbolos primários do gênero, usando do amedrontador mais mínimo e subjetivo sem quebrar com a realidade, encerrando-se num final místico.

Uma historio nova, personagens bons. Devo adimitkr que me surpreendi com o filme no cinema brasileiro de terror!

Um drama de atmosfera crescente que passeia pelas relações familiares e um pouco pela rotina dos personagens até chegar no horror psicológico (lembra O Iluminado) e no ocultismo onde muda de drama para terror reunindo elementos clássicos do gênero.Filmaço

Vale a pena assistir, assim como Trabalhar Cansa, este aqui também é perturbador. Mas acho que falta uma mão mais pesada para M Dutra, talvez uma visita à D Lynch fizesse bem.

Dutra compõe sua atmosfera com elementos de ocultismo, tragédia familiar, ícones de pesadelos infantis dos anos 80 - a presença do boneco Fofão é assustadora - e música, também composta por ele, como faz John Carpenter.

É interessante ver o cinema brasileiro aderindo ao suspense, e ainda mais em um filme tão interessante como esse.

Dutra muda grandes porções da obra de Mutarelli, deixando de lado o viés de suspense psicológico e abordando mais o lado do terror sobrenatural. E funciona, o desconforto gerado é praticamente o mesmo. Atmosférico e com ótimo desempenho de Descartes.

Sem pressa, Dutra vai criando um clima de suspense entre realidade, pesadelos e flashbacks, culminando com um clímax dos mais interessantes e corajosos, de uma sutileza impressionante.

Continua com a ideia de 'Trabalhar Cansa', extraindo horror do cotidiano e introduzindo elementos fantásticos para ressaltar o desconforto. Nesse caso aborda o relacionamento com o passado, a memória e as relações familiares.

Mesmo não tendo sustos (não que isso seja um defeito), Quando Eu Era Vivo consegue manter um clima claustrofóbico e de suspense para ninguém colocar defeito. É bom saber que o Brasil finalmente abriu espaço para esse tipo de cinema!

Fantasmas de um passado que insiste em reinar e não deixam a vida seguir, ecos de um além familiar e a sonoridade dócil e macabra de um horror que infesta discretamente o cotidiano.