É mais estilo que conteúdo, com personagens à beira da frieza, em relações quase sempre mediadas por interesse. Quando uma possibilidade diferente surge, concretizá-la não é fácil, e a câmera de Shinoda flagra esses desencontros entre intenções e resultados. Algumas dúvidas pairam até o ato final.
Filme de gângster com uma pegada tão distinta e com uma das cenas de assassinato mais poéticas (por mais estranho que isso pareça) que eu já vi. Daqueles noirs em que a femme fatalle é um misto de ingenuidade, perigo e transgressão, ou seja, inesquecível.
Espécie de Bonnie & Clyde yakuza existencial que reflete sobre a diferença das gerações no submundo do crime (um homem em meio a velhos e moleques). Direção foda de gênero, numa pegada artística, destaque pro casal, e uma trilha perturbadora do Takemitsu.