Hsien volta a sobrepor o imagético ao dialogal e entrega um filme de visual e som contagiantes, de jovens à procura - mesmo que não saibam exatamente de quê ou como.
Hsiao-Hsien Hou trabalha em prol da construção de uma verdadeira atmosfera de contemplação do cotidiano dos personagens. Acompanhamos o desenrolar de pequenas ações pela sobrevivência, mudanças sociais, de geração; o caminhar do tempo. Bom filme!
Respeito muito o cinema de Hou, seu ritmo e aqui uma inserção linda de trilha sonora porém há algo em seus filmes que me distanciam ou talvez eu não tenha capacidade para compreender suas propostas o que me parece mais plausível.
Hou, como de costume, se conecta com o lado mais íntimo de seus protagonistas deslocados e acompanha suas buscas mais solitárias, suas tentativas de conexão com o mundo e de desprendimento dos laços destrutivos. Um cinema pulsante, de beleza inigualável.
Adeus aos limites de um cineasta num mundo resgatado por imagens claramente congruentes aos surrealismos de uma realidade, percebidos apenas pela lente de uma câmera - o olhar do artista. O plano final é capaz de preencher uma filmografia inteira.