O conflito entre israelenses e palestinos é pano de fundo para uma estória de amor entre dois jovens, que a vida colocou de lados opostos. Não dei uma nota maior porque um final com a partida de Nimr e Roy de Israel me parecia plausível, sobretudo para fugir à homofobia da família de Nimr.
O desafio era grande, e o drama é invariavelmente pesado para nos fazer sentir, ao menos, 1% da dificuldade da situação. Não há amor sem suas doses de dor, e sacrifício. Não neste mundo.
O fundo político não pulsa forte como o romance, mas jamais soa alheio. História de perspectiva desoladora que consegue mostrar com franqueza os extremos humanos: o amor genuíno, de um lado, e a monstruosidade odiosa da qual pode-se ser capaz, de outro.
Sua força está no relacionamento amoroso dos protagonistas, mas a situação político-social atrapalha mais do que ajuda, condenando o filme a cair em clichês, situações arriscadas e distanciando-o de seu potencial, mesmo com o amor incondicional mantido.
Talvez com medo de cair em alguma das várias armadilhas pertinentes ao tema, Além da Fronteira acaba aquém daquilo que realmente representa. Você percebe sinceridade, mas falta ousadia.
Um romance mais adulto do que "shelter", onde um palestino consegue autorização para estudar em Tel Aviv, se envolve com um judeu, mas devido a família de terrorista (e preconceituosa) acaba sendo confundido como transgressor. Muito bom!