
- Direção
- Ming-liang Tsai
- Roteiro:
- Peng Fei Song, Ming-liang Tsai, Chen Yu Tung
- Gênero:
- Drama
- Origem:
- França, Taiwan
- Estreia:
- 24/04/2014
- Duração:
- 138 minutos
Lupas (8)
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Infelizes que habitam os escombros do capitalismo. Criaturas em estado de desespero, solitários em meio aos restos da margem. É um filme de paisagens violentadas pelo tempo e rostos cansados, e cada lugar e face se revelam muito expressivos. O rosto e o tempo que sempre marcaram os filmes de Tsai Ming Liang, o rosto e o tempo no espaço, o desconforto e a contemplação na mesma imagem. Essa conjunção nunca foi tão dilacerante em um filme do realizador. Impressionante!
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No estilo de seus trabalhos anteriores, Ming-liang insiste na apreensão do tempo e do espaço, em longos planos estáticos que enquadram os ambientes de modo insólito. Até o fim, há dúvidas sobre aquilo que se vê, e essa falta de concessão torna tudo um desafio desconfortável e instigante.
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Me parece impossível não ver valor na construção atmosférica de Tsai, no passo em que seus cenários são a representação da alma de seus personagens mas convenhamos que não há necessidade em estender tanto seus takes se a ação não ocorre, talvez seja para torturar o espectador , algo que de fato ocorre mas há melhores maneiras de chegar à isso.
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Pensando posterior sobre o filme, eu daria uma nota maior, mas não sou fã de supressão da ação, quadros vivos e pousados, lá o que seja tempos mortos... Filmes assim tomam o espectador um pouco como um derrotado, puro olho, melhor para instalações visuais
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O primeiro ato é propositalmente mecânico, robótico, instintivo e por vezes pode entediar com seus longuíssimos planos. Mas o segundo ato, embora continue muito lento, alcança uma humanidade absurda, com destaque para a cena do repolho. Incrível!
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Com Jiao You Tsai Ming-Liang convida-nos a testemunhar as agruras e dissabores de um andarilho relegado às margens de sua natureza, da sociedade e da esmagadora metrópole, confeccionando algumas das cenas mais excruciantes de sua carreira.
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Cinema contemplativo, doloroso, e porque não, belo. De longos e bem filmados planos, Tsai foge de diálogos banais. Ele filma o desmoronamento emocional de um ser. Você não sente na pele, mas dói na alma. Grande diretor, sem vocação para passatempos vazios
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Filme difícil pelo excesso de tempos mortos, em planos longuíssimos, mas que consegue se sustentar dramaticamente. Muito mais que um filme sobre a miséria, é um estudo de personagem, com um protagonista trágico e solitário.