Essa adaptação de Victor Hugo vai muito bem até a metade, mas quando entra no que poderia ser o "filé", a discussão e crítica política, o filme derrapa com uma série de situações atropeladas até chegar no dramático final. Destaque pra cena do parlamento.
A força da história (real e metafórica) sobrevive às tentativas frustradas de melhoria do filme originalmente "mudo", mas a edição apressada e o final abrupto, juntamente com o fraco elenco, diminuem ainda mais o valor da obra.
Passou longe do primeiro filme. O constante sorriso - aterrorizante e hipnotizador - de Gwynplaine foi substituído por cicatrizes constrangedoras, as quais, inevitavelmente, remetem ao Joker. As referências se inverteram.
A bela fotografia ressalta a diferença entre pobreza e riqueza, dando à primeira ares mais belos e sinceros. No entanto, o tom excessivamente folhetinesco faz o filme perder grande parte de sua carga dramática. Felizmente, o saldo é positivo.
Exagera no tom folhetinesco desde os primeiros minutos, e a consequência é um filme que não se comunica plenamente com o espectador. A última cena, que poderia ser o auge de uma catarse, sequer chega a comover.