O lado fantasioso e o ambiente de trovador são ótimos.
Mas é meio esticado em alguns pedaços, exige atenção pra manter a vontade, o cinema de Marcel Carné é bem cansativo, não existe uma profundidade de fato em suas histórias.
Apesar de uma certa morosidade no desenvolvimento tem aspectos positivos que fica impossível negar suas qualidades. Uma espécie de precursor de O Sétimo Selo , ainda que não possua o mesmo teor religioso, ainda que o tapa na cara do moralismo está acenado desde a primeira cena. Ainda sobra um espaço para enfrentar Hitler na cara dura. Ousadíssimo também pela ruptura ante o realismo poético francês.
Homenagem bacana ao amor das cantigas trovadoras medievais na poética que permeia o filme. Bem legal a caracterização do diabo, carismático, tentador, e toda a alegoria que faz aos vícios carnais, ao amor livre e ao amor cristão. É brega mas é bonito.
Os diálogos poéticos são cativantes, mas um pouco cansativos. A Mise-en-scène é cuidadosa, delicada! Fala sobre o amor, a sedução do mal, uma alegoria para a ocupação nazista na França. Ainda é um belo filme mesmo que algumas partes tenham envelhecido.
Instigante uso de sombras, luzes, encenação e atmosfera. Pelo meio do filme as reviravoltas amorosas perdem um pouco o interesse, em contraste, começa e termina maravilhosamente bem.