A discrepância do roteiro enfurecido de Fuller e a direção idealista de Sirk é notável em várias cenas, as vezes soando interessante e outras vezes nos tirando da imersão do filme e nos fazendo questionar tudo. Os 20 minutos finais são das coisas mais Fuller que o Fuller fez na sua vida. Uma pena que o final (claramente imposto pelo estúdio) faz que o filme se anule totalmente.
O universo do Fuller ex-repórter policial aqui sobre um agente condicional, é nítida sua mão nos diálogos e em coadjuvantes como a dra. da escuta. Prejudicam muito as claras alterações no roteiro e o romance fraco. E o primeiro Griff de Fuller está aqui!
Dois mestres certamente amarrados pelo estúdio mas ainda assim expondo o máximo possível os virtuosismos que lhes competem, especialmente Sirk, que só falha com os atores. Fuller cria umas forçadas aqui e ali, mas a poder de seus conflitos se mantêm.
Filme que vai ficando meio maroto e se resolve de uma forma pra lá de frustrante, mas é muito bacana ver o mestre do melodrama dirigindo um roteiro do Fuller (que segundo as más línguas resolveu virar diretor insatisfeito com o resultado da obra).
Não fosse a tradicional solução fácil para um problema difícil, muito comum no cinema “noir”, até que poderia ter melhor sorte, apesar do elenco também sofrível.