Bastante ousado e contestador para sua época. Talvez visto hoje em dia seu mote anti preconceito talvez nem tenha mais tanto valor então o que mais me agradou em si foi a forma como Tony Richard filma seus personagens suburbanos bem como a forma como os fotografa. Nada é maior que o cinema sessentista.
Há uma leve comicidade mais acentuada aqui do que nos trabalhos anteriores de Richardson que faz uma bela diferença positiva em sua visão crua e direta dos subúrbios ingleses, tornando a trajetória errante de uma jovem deslocada uma experiência gostosa de se assistir, ainda que também bastante dura. Peleja entrecortada por encontros de grande afeto com figuras também excluídas, cada qual a seu modo - o final é de cortar o coração.
A vida sem enfeites. Pautada por desilusão, crueldade e abandono. Ainda assim existe algo de bom. O valor da amizade, os excluídos que se juntam para afagar sua solidão. É sobre a humanidade, aquilo que tem de ruim, aquilo que tem de bom. A pergunta martela: Alguém é feliz? Talvez o grande momento de Tony Richardson no Cinema.
Delicado, sincero e deliciosamente doce. Desde que conheci este filme através de um fanclip de Hand in Glove, o carinho floresceu e hoje é impossível não ver mais nele refletido todos os momentos especiais em que os Smiths contagiaram a minha vida.
O filme que Tony Richardson dirigiu em 1961 é um retrato dilacerante do período de alguns meses na vida de uma adolescente pobre na periferia de uma grande cidade inglesa. Dilacerante, tristíssimo, desesperançado, desolador.